sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Que o ano de 2011, NASÇA FELIZ PRA TODO MUNDO AMANHÃ, COM UM BRASIL NOVO COM A RAPAZIADA ESPERTA!

CAZUZA queria mudar o mundo...


Alguns o chamam de louco...
"Chamam de ladrão, de bicha, maconheiro"
Muito mais que um artísta CAZUZA foi um sonhador.
Sonhou com um Brasil melhor...

"O problema do Brasil é a classe dominante, mais nada. Os políticos são desonestos."

"A mentalidade do brasileiro é muito individualista: adora levar vantagem em tudo."

"Educação é a única coisa que poderia mudar esse quadro."

"Brasileiro é grosso e mal-educado, porque não pensa na comunidade, joga lixo na rua, cospe, não está nem aí."

PATRIOTA À SUA PRÓPRIA MANEIRA CAZUZA USA O BOM HUMOR PARA DENUNCIAR A INJUSTIÇA DE UM PAÍS QUE ELE SONHAVA VERDE E BONITO.

Sonhava com mais coragem, mais força!

Eu tive um sonho estranho
O Brasil era que nem os Estados Unidos
Os crioulos tinham carros grandes
E andavam sambado nas ruas
A favela era como a Alfama
Toda colorida
E as crioulas usavam
Seus penteados prediletos
Os paraíbas andavam como texanos
E o presidente era mulato e macumbeiro

Eu tive um sonho bom
E acordei cantando
Mãe gentil nos acolha
Eu tive um sonho de nada
E acordei cheio de raiva

Tinham também os loiros
Todos sabem que eles são
Um povo bonito
Tinham índios e os japoneses
Plantando legal sua comida
Na janela do avião
Um país verde e bonito
Com o povo em seus abrigos
De luz, gás e TV

Eu tive um sonho bom
E acordei cantando
Mãe gentil nos acolha
Eu tive um sonho de nada
E acordei cheio de raiva

E na janela do avião
Um país verde e bonito
Com o povo em seus abrigos
De luz, gás e TV[/b]

VEJO O BRASIL DO AVIÃO... É TUDO VERDE, É TUDO EM VÃO.
BABY, NADA É VERDE, MAS TUDO É VERDADE!!!

Com um povo sem medo de ser, de agir!

"O Brasil vai ensinar ao mundo a arte de viver sem guerra. E, apesar de tudo, ser alegre... respeitar o seu irmão!

CAZUZA foi consumido pela doença, mas sua mensagem ainda permanecerá pra sempre entre nós...

"E quer saber de uma coisa? O que salva a gente é a futilidade"

(CAZUZA)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

paz...

Peço paz
No coração apertado
Peço paz
Peço paz na vida
Peço paz na morte
Paz
cazuza...

sem mais...
eu "me" peço desculpas.
deus, como eu quero paz!

domingo, 12 de dezembro de 2010

nosso eterno EXAGERADO!!!


Ninguém o definiu melhor do que ele mesmo. Nem de forma mais sintética, numa palavra só – exagerado. Era vida demais, lucidez demais, sensibilidade demais. Tudo filtrado pelo alento, que também era um excesso. Quando partiu, aos 32 anos, depois de passar pela musica brasileira feito um cometa perturbador de camadas adormecidas, Cazuza conseguira vários milagres. Fundiu o rock à MPB, integrando definitivamente a guitarra elétrica à cuíca, aproximando Cartola de Lou Reed, Nelson Cavaquinho de Janis Joplin; mostrou, em letras como as de “Brasil” ou “Ideologia”, que o delicado e subjetivo poeta de “Codinome Beija-Flor” podia também ser um sarcástico critico social. Atrás da rebeldia e do gosto pelo tratamento de choque nos bem-pensantes, uma ânsia única e simples: beber, de todas as maneiras, todo amor que pudesse haver nesta vida. Agenor de Miranda Araújo Neto, seu pomposo nome verdadeiro, positivamente não combinaria com ele. Dentro do garoto que gostava de imitar Maria Bethânia em cima da mesa da sala, um cabo de vassoura fingindo de microfone, o moleque Cazuza já estava escondido. E começou a vir à tona em 1981 quando, junto com Frejat, fundou o Barão Vermelho. Foram três discos com o grupo, até 1985. Partindo para a carreira solo, então, nos cinco anos seguintes que lhe restavam de vida terrena e criação, em suas canções e seu comportamento, Cazuza traria uma dilacerada contemporaneidade para estas terras ao sul do Equador. Ninguém como ele, à sua maneira tropical – transitório, eterno e príncipe maldito como Jim Morrison –, refletiria tão precisamente sua geração e seu tempo. Cada vez mais acelerado, com menos tempo a perder com aquilo que não fosse profundamente verdadeiro, embora doloroso, o poeta Cazuza evoluiu das letras românticas ou atrevidas para ouras mais pungentes, capazes de concentrar toda a condição humana. A voz cada vez mais rouca, quem sabe pela consciência de não passar de uma cobaia nas mãos de um Deus talvez cruel, finalmente pediu piedade para a gente careta e covarde que não conseguira calá-lo. Tudo que era fúria, virou também amor. E o que foi sombra, transformou-se em luz. Espelho dos nossos infernos e paraísos mais comuns, e mais secretos, Cazuza partiu cedo. Mas só aparentemente, porque no redondo completo de sua trajetória, ferido em pleno vôo, provou o que uma de suas escritoras preferidas, Clarice Lispector, gostava de repetir - "as grandes sensibilidades nunca passam impunes". Além do brilho incomum de sua obra poética e musical, deixou ao Brasil outras lições ainda mais fundamentais. Integridade, dignidade. Pois afinal, dizer coisas sérias ao mesmo tempo em que se divertia como um doido, também fazia parte do seu show...


(por caio fernando abreu)

parabéns CAZUZA por ser fonte de inspiração de poetas tão ilustres e entre tantos...tantos...!!!
que orgulho!!!!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"xique de doer"

Prêmio Ordem do Mérito Cultural 2010 acontece nesta quinta.

Jornal do Brasil

PublicidadeO ministro da Cultura, Juca Ferreira, divulgou na última quarta-feira a lista com os 40 agraciados que receberão nesta quinta-feira, em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a insígnia da 16ª Ordem do Mérito Cultural (OMC).Entre os nomes estão o músico Hermeto Pascoal, o teólogo Leonardo Boff e os atores Ítalo Rossi e Glória Pires.

O evento, que tem como tema desta edição o antropólogo e educador Darcy Ribeiro, também prestará homenagem póstuma a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do cenário cultural do país. Armando Nogueira, Carlos Drummond de Andrade, CAZUZA, João Cabral de Melo Neto, Moacir Werneck de Castro, Nelson Rodrigues e Vinicius de Moraes serão lembrados.

"Para receber a Ordem do Mérito Cultural foram escolhidas pessoas que exprimem a nossa tradição, a nossa vanguarda, as diferentes correntes de criação cultural e artística do nosso povo", conta Juca Ferreira. "Muitos dos agraciados não se conhecem entre si e isto é mais uma mostra de que o Brasil é múltiplo, é plural, e que cabe aos brasileiros revelar uns aos outros o país que estão criando em conjunto", comemora o ministro.

um brinde!!! o nosso astro merece!!!!
+++ que merecido!
VIVA CAZUZA!!!!

sábado, 4 de dezembro de 2010

CAZUZA UMA VÍTIMA DA AIDS AGONIZA EM PRAÇA PÚBLICA

revista Veja filha da PUTA!!!



"Comi o pão que o diabo amassou. Não dá para o repórter chegar e me perguntar: 'Como vai a tua Aids?', 'Como vai seu câncer?' Não posso dar satisfação sobre o que está acontecendo com o meu corpo. Isso é assunto meu e do meu médico".

"Cada um tem o direito de dizer se está ou não com Aids"

resposta de CAZUZA: a todos os ignorantes que sem se quer sabiam de verdade sobre essa maldita doença querendo apenas usar do sensacionalismo barato escrevendo coisas tao retorcidas da realidade. dando um atestado de obto sem ele ter morrido.
VIVA à CAZUZA... um artista que admitiu ter AIDS numa época em que artistas morriam de AIDS,e que com sua coragem e por estar muito á frente de seu tempo soube mostrar a todos e ao mundo a que veio!!!


Públicada em abril de 89

A leitura da edição da Veja, que traz meu retrato na capa produz em mim - e acredito que em todas as pessoas sensíveis e dotadas de um mínimo de espírito de solidariedade - um profundo sentimento de tristeza e revolta.

Tristeza por ver essa revista ceder à tentação de descer ao sensacionalismo, para me sentenciar à morte em troca da venda de alguns exemplares a mais. Se os repórteres e editores tinham de antemão determinado que estou em agonia, deviam, quando nada, ter tido a lealdade a e franqueza de o anunciar para mim mesmo, quando foram recebidos cordialmente em minha casa.
Mesmo não sendo jornalista, entendo que a afirmação de que sou um agonizante devia estar fundamentada em declaração dos médicos que me assistem, únicos, segundo entendo, a conhecerem meu estado clínico e, portanto, em condições de se manifestarem a respeito. A VEJA não cumpriu esse dever e, com arrogância, assume o papel de juiz do meu destino. Esta é a razão de minha revolta.

Não estou em agonia, não estou morrendo. Posso morrer a qualquer momento, como qualquer pessoa viva. Afinal, quem sabe com certeza quanto vai durar?
Mas estou vivíssimo na minha luta, no meu trabalho, no meu amor pelos meus entes queridos, na minha música - e certamente perante todos os que gostam de mim.

Cazuza

Com certeza, a qualquer hora podemos morrer , basta estarmos vivo ...

esse...é meu CAZUZA!!!



Viva ao poeta Cazuza! Abaixo aos preconceitos e a hipocrisia!


É a morte que consola, ai!, e que faz viver
Ela é o objetivo da vida, a única esperança
Que, como um elixir, nos embala e dá alento
E nos dá forças para prosseguir até o fim do dia

(Charles Baudelaire)

PRECONCEITO? tô FORA!!!

CORTE O PRECONCEITO, CORTE A INDIFERENÇA!

"Às vezes fico pensando que a Aids parece mesmo coisa da CIA misturada com o Vaticano. Sei que é um pouco de loucura pensar isso, mas faz sentido, faz. Faz muito sentido".
1988

eles que nunca estiveram tão elegantes e tão deselegantes principalmente"


"A AIDS é um complô contra a sacanagem, e eu não admito acabar com a sacanagem em hipótese alguma"

menino doido esse!!! mas com certeza sabia o quê estava dizendo... então... a única coisa que nos resta fazer é dizer "NÃO" ao PRECONCEITO ao soro positivo. e é
claro tambêm a qualquer tipo de preconceito, principalmente aos dependentes químicos que não sei o porquê que em pleno ano de 2010 ainda conseguem sofrer esse tipo de preconceito, recebendo assim o menosprezo e a indiferença por parte de alguns...dessa sociedade tola, medíocre, careta, sem ter a verdadeira opinião do quê dizem e a mínima noção do quê fazem! se esquecendo que o dependente também é gente!!!
simplismente...
diga:

"NÃO" ao PRECONCEITO...
"NÃO" as DROGAS...
"SIM" a VIDA...

NA LUTA CONTRA A AIDSSSSSSSSS


"VIVAAAAA a SOCIEDADE VIVA CAZUZA!!!!"
Sociedade Viva Cazuza - CNPJ 39418470/0001-05
Banco Bradesco
agência 0887-7
c/c 26901-8

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

de novo...só pra lembrar!!!

"PRECONCEITO É CRIME" Vão tomar vergonha na cara!!! QUE PENA AINDA EXISTIR gente ASSIM...

"PRECONCEITO é opinião sem conhecimento"
só depois de já ter passado por tal, é que você sente o quanto doi...e isso me deixa extremamente triste e ao mesmo tempo indignada, e me perguntando como é que pode? que tipo de pessoas são essas??? ahh e...quanto preconceito pode haver em uma pessoa somente? sempre quis entender e hoje mais do que nunca indago: por quê? por quê? por quê???
"Ame quem te ama...abomine quem te despreza!!!" temos que fazer valer essa frase!




O porteiro continua sentado
Como fazem os porteiros
E os vizinhos e as crianças
Filhos dos vizinhos
Só emitem sons depois do gol
(fogos)

E o marceneiro da obra em frente continua marceneiro como sempre
São todos súditos do meu inútil julgamento
E continuam vivendo, indiferentes
(gol!)

Eu no meu quarto estou alegre
Por ser rei
E não ter que governar a vida

terça-feira, 14 de setembro de 2010

como é fácil gostar de CAZUZA !!!

São nas suas ideologias exageradas de menino carioca que busco minha eternidade distante e quase impossível;
São também nas tuas palavras excêntricas de gente grande que é impossível passar despercebido o silencio de uma rígida censura ditatorial anos antes de sua magia, cuja euforia obrigou a sua geração a gritar para que o mundo inteiro pudesse ouvir.
Nas suas atitudes livre, espojadas, exageradas, desenfreadas e desajeitadas, vejo que para se viver por 32 anos como se existisse 64 é preciso exagerar uma vida, exagerar a nossa vida. Pois nos anos de maior euforia em um país, não é de se estranhar que sexo, drogas e Rock foram os privilégios dos maiores poetas e loucos cantores do porvir. Em conseqüência disso, “você”, Caju, fez as suas mágicas que endiabraram e ainda hoje fascinam o seu grande e adorável público.
Perceber o valor de um CAZUZA da vida é perceber que euforia existe, loucura também e só por isso o tempo não para. E que o tempo não parando faz a vida permanecer sempre breve por mais eterna que possa ser. Breve, transformando-nos em borboletas, cuja necessidade de sobrevivência é voar nas próximas 24 horas.
O MOLEQUE da vida foi aquele poeta conhecido por CAZUZA (o que quer dizer a mesma coisa) que quis mudar o mundo. O mais louco disso tudo foi que ele não conseguiu mudar “O” mundo. Conseguiu mudar vários mundos. Milhares de mundinhos que hoje o fortalecem com suas defesas maravilhosamente afetuosas. Mas como não poderia mudar OS MUNDOS? Fato tão provável em sua vida.
CAZUZA:
Construiu sonhos,
Distribuiu milhares de sonhos!
Transformou-os em arte como sua própria vida.
Mostrou-se porque foi capaz.
Ser Cazuza da vida não é para todos. É preciso ser moleque atrevido e malandro o suficiente para fazer história.

Autoria: Mariane Rodrigues



...eu não entro nessa discurssão de que se a obra do Cazuza vai ou não entrar prá história.eu só sei que eu conheci um Turbilhão vivo chamado Cazuza e isso me basta!



"Minha vida é sempre assim, morrendo de rir, nunca com tédio...


Eis a verdade nua em pelo: "todo humano é santo e pode amar sim". Sejam dignos aqueles que sonham em espécie. Sejam os loucos, de boa cabeça, os gênios do futuro. Que seja verdade a frase "O Brasil vai ensinar o mundo" e que sejamos sempre uma metamorfose ambulante, para não morrermos de tédio com a mesmice! Vivamos a Cazuza, porque ele canta nossas vidas. Que sejamos para sempre, exageradamente apaixonados por ele.


Por Cybelle Félix.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

******PARABÉNS******


hoje não poderia de maneira alguma deixar de parabenizar minha amiga silene...
essa pequena notável!!!
também não precisarei falar muito dela,já que todos a conhecem pela sua trasparência.
vou apenas resumi-lá em 4 palavras...
AMIZADE, RESPEITO, CARÁTER E PERSONALIDADE.
e também é claro, não deixando esquecer de CAZUZA quem foi que nos aproximou,e no entanto lembro de uma frase dele,que eu adoro e é simplismente o quê define melhor nossa linda amiga ...
"FLORES SÃO FLORES...VIVAS NUM JARDIM. PESSOAS SÃO BOAS...JÁ NASCEM ASSIM!!!!"
sucessssso sempre adorada!!!!
"QUEM VEM CONTUDO NÃO CANSA....!"
e que vá viver cada minuto de sua vida... como se fosse o último.
é isso aew! e viva CAZUZA!!! e viva SILENE!!!

serei sua fã...eternamente!

PARABÉÉNS!!!!!!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pra não sei que Deus "H" da hora da partida... na hora da partida

"Minha vida é sempre assim, morrendo de rir, nunca com tédio... E quer saber de uma coisa? O que salva agente é a futilidade" (Cazuza)




"Eu não entro nessa discurssão de que se a obra de Cazuza vai ou não entrar prá história.
Eu só sei que eu conheci um Turbilhão vivo chamado Cazuza e isso me basta!"

"Cazuza? Eu acho que ele morreu por excesso de amor, ele era uma pessoa bastante amora. Acho que ele vai ser uma estrela maravilhosa no céu!"

"Só os loucos contaram, contam e contarão a verdadeira história sobre Cazuza. Eu não vou falar mais nada! As cabeças pensantes pensarão!"

"Cazuza era uma pessoa muito energética, viva. Ele estava sempre xingando, falando, botando os Yá, Yás prá fora...
Ele diziz que nunca ia morrer, e não morria e não morreu..."

"Mas depois das "migalhas dormidas do teu pão" não há como negar o bandeiroso dedo de Lupcínio Rodrigues em sua obra".

"Cazuza dizia qu quem vê a cara da morte nunca mais volta igual. Ele teve uma experiência numa crise... Definiu a morte como um triângulo de luz... Uma paz como se fosse um gozo... como se fosse um choque de heroína... e concluiu: Morrer não Dói".

"Cazuza não existiu... Foi um sonho que agente teve..."

"A AIDS caiu como uma luva, como um Taileur... Modelinho perfeito nas mãos da Direita e da Igreja.
Eles que nunca estiveram tão elegantes e tão deselegantes principalmente..."

domingo, 8 de agosto de 2010

PARABÉNS ao BIG BOSS joão araujo!

ao joão araujo...
feliz dias dos pais!!!!
hoje mais do que nunca...
por ter tido um filho
...MUIITÍSSIMO ESPECIAL...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

PARABÉÉÉÉNS LIIINDA LUCINHAAA!!!! pelos 74 anos!

Todo amor que houver nessa vida pra Lucinha Araújo !!!!!

Parabéns!! E vamos a luta, Lucinha guerreira!!!
"A VIDA NÃO TEM TAMANHO"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cazuza e Lobão parceiros e melhores amigos...

"Cazuza seria um grande antídoto contra a atual caretice da MPB", diz Lobão


Vinte anos depois da morte de Cazuza, Lobão relembra a época de boemia e a longa amizade com o músico

"Lembro de uma época de muita poesia, em que vivemos intensamente a noite, a boemia. Fazíamos poesias nos guardanapos dos bares", diz o músico Lobão, em entrevista ao site da Rolling Stone Brasil, sobre o tempo que esteve ao lado de Cazuza, que, há 20 anos, morria vítima de aids. Não é por menos que Lobão seja uma das melhores pessoas para falar sobre o cantor. Na década de 80, junto a Julio Barroso (morto em 1984), eram melhores amigos e passaram juntos um dos períodos mais intensos de suas vidas.

Na época, o grupo boêmio do Rio de Janeiro costumava se encontrar à noite na região do Baixo Leblon. Era de lá que Lobão conhecia Cazuza, até descobrir o potencial musical do garoto, ao ouvir "Down em Mim". "Falaram que era do Barão Vermelho, grupo do filho do João Araújo, achei que seria mó jabá", conta. "Então, quando acabou a música, eu estava completamente mexido, um grande poeta aparecia ali", afirma Lobão, que disse ter ficado impressionado com a "letra maravilhosa e extremamente inspirada" da faixa. A partir de então, os dois ficaram cada vez mais amigos e passaram a fazer, de maneira despretensiosa, parcerias musicais, como nas faixas "Mal Nenhum" e "Azul e Amarelo" - no geral, Cazuza cuidava das composições e Lobão fazia os arranjos.
Não é de se estranhar que Lobão tenha dado risada durante toda esta entrevista.


Afinal, lembrar da amizade com "Caju" é sinônimo de bons momentos. Segundo o músico, Cazuza era "maluco, engraçado, provocador, debochado, sem vergonha e, ao mesmo tempo, uma doce criatura", diferente do garoto tranquilo e sério que passava o tempo lendo livros na casa dos pais, Lucinha e João Araújo. "Ele era doce com todo mundo, mas, de repente, ficava completamente cafajeste, sujo e traiçoeiro", relata Lobão, que se prepara para lançar sua autobiografia em outubro.

Juntos, os amigos viveram os anos mais loucos de suas vidas e "se zoavam o tempo inteiro". Uma das maiores provas disso talvez tenha acontecido em 1989, quando Cazuza, já muito doente, bateu na porta de Lobão para criar mais uma música, "Quero Ele". "Ele me mostrou a letra, mas eu disse que não me sentia muito a vontade de fazer", conta. Basta prestar atenção em alguns versos, para entender a resistência de Lobão: "Quero ele por trás dele/ Por cima da mesa/ Quero Querelle, quero querê-las/ Quero tê-las, seus bagos, suas orelhas/ Quero ele brocha, quero ele rocha/ Quero ele com seus pentelhos/ E seu doce sorriso nas sobrancelhas". "Eu disse que não me via cantando aquilo e ele ficou bravo, mas passou. Um ano depois, quando ele já estava morto, descobri que registrou a música em meu nome, comecei a receber os direitos autorais pela faixa", relembra, às gargalhadas.
.
Pode parecer que a relação da dupla se resumisse apenas a uma "curtição desenfreada", mas a amizade deles ia além da farra. Segundo Lobão, Cazuza era um grande amigo, companheiro e tinha um coração enorme. "Ele era o único amigo que saía em público para falar sobre mim. Ele dizia: 'Vocês estão subestimando o Lobão, ele é um rapaz educado, não é bandido'. Fazia questão de dar a cara à tapa para me defender"


Morte anunciada
Quem conviveu com Cazuza afirma que ele era um homem intenso e transparente, já que era fácil identificar quando estava em momento destemperado ou frágil. Por isso, não poderia ser diferente durante o período de sua doença. "Ele queria aproveitar a vida. Tomava os remédios, mas nunca deixou de beber e fazer o que queria, acelerou até o final. Todo mundo sabia", conta Lobão. "Na época, a aids causava muito mais pavor, era uma sentença de morte, não tinha solução. E ele sabia que estava ferrado, estava roxo, parecia um zumbi por causa dos remédios. Era muito chocante ver seu amigo definhando, com 30 kg, sem cabelo."

Ao que parece, a amizade com Lobão foi importante nesse período. Enquanto todos o mimavam, o amigo contribuía com o lado realista. "Ao mesmo tempo em que ele gostava de ser paparicado, ficava muito irritado com aquela piedade que sentiam. Eu era muito cruel e ele adorava", afirma Lobão. "A gente fumava um baseado e ele ficava babando no cigarro, aí passava pra gente e eu falava: 'Pô, você com doença contagiosa, não tem vergonha na cara?' Mas [a gente] fumava, ou cheirava no mesmo canudo, sabe?"

Inevitável dizer que a morte de Cazuza marcou uma época, já que foi o primeiro artista do país a falar abertamente sobre a aids. "Ele brincava, falava na boa, mas sofria muito, claro, estava na flor da idade." A postura da imprensa e da sociedade preconceituosa da época pode ter potencializado ainda mais o sofrimento do cantor: "O tratamento era muito cruel, mas eu e Cazuza nos defendíamos muito. Nunca esqueço o que ele disse quando começaram a falar: 'Pô, precisou eu pegar aids e o Lobão ser preso para que vocês prestassem atenção na gente'."

Os anos 80 foram marcados pelo surgimento de grandes artistas da música popular brasileira, mas que, na época, não chegavam perto de serem as figuras de peso que se tornaram hoje. "A produção dos nossos discos ficava largada, a MPB era considerada uma coisa infanto-juvenil, de rock, e não o filet mignon da música brasileira. Isso só seria firmado e maturado se Cazuza estivesse vivo", acredita Lobão. "A gente queria acabar com a caretice da MPB e agora parece que está ainda pior. Hoje, Cazuza seria um grande antídoto contra isso. Ele era o oposto da caretice, sem deixar de ser brasileiro e de ter influências rock 'n' roll."

Lobão faz questão de se posicionar contra a comoção pós-morte dos ídolos da época, como aconteceu com Cazuza. "Sempre digo que ele é uma vítima, porque só foi ter reconhecimento depois de morto. Quando estava vivo, era um roqueiro aidético, maconheiro, filhinho de papai, filho do João Araújo. Ele viveu com essa sensação, jamais poderia imaginar que se tornaria uma figura de peso. Acho triste e irônico, porque ele virou exatamente aquilo de que nunca usufruiu."


"Quero Ele"
Cazuza
Composição: Cazuza / Lobão

Quero ele, mas quero muito
Ouço no meu gravador murmúrios dele
Procuro ele no mar, por todo o navio
Quero ele, menino triste
Quero ele por trás dele
Por cima da mesa
Quero Querelle, quero querê-las
Quero tê-las, seus bagos, suas orelhas
Quero ele brocha, quero ele rocha
Quero ele com seus pentelhos
E seu doce sorriso nas sobrancelhas
A brisa de espada
Quero arrumar sua mala
E cuidar dele quando estiver doente
A gente sente coisas estranhas
Dores, horrores nas entranhas
Mãe, pai, aonde estou nessa noite devagar
Querelle não, Querelle corre
Querelle pode e deve mentir
Quero Querelle e seu irmão
(Quero Rogéria e seu pauzão)
Quero em Brest, todos os santos
Quero as fadas e os gigantes

Quero escovar seus dentes, passar colônia
Contar histórias pra sua insônia
Quero curar seu mal de sexo
Quero sem nexo, sem camisinha
Quero, sim, quero carinho
Quero a luz dos obscuros
Quero querer, quero mamar, quero preguiça
O Rio, Angra, Paranaguá
Quero vocês, meus companheiros
Meus marinheiros, meus caloteiros
Quero vocês, quero com a faca cortar a dor
E ser mulher (mulher Rogéria, Astolfo macho)


'Eu causo nas pessoas um tipo de enjôo com meu jeito, com minha carência, com minha ânsia por atenção, tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.'      (cazuza.)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Cazuza me trouxe amigos"

amigoooooooooooooooos... Feliz dia do amigo!!! Atrasada, mas tá valendo!Para todos amigos do orkut um salve!!!Para um antigo amigo, que sei que nunca vai voltar...e principalmente a todos amigos que curtem CAZUZA.
Que todos tenham tido um Feliz dia do Amigo!!!


e... viva o poetaa!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

NÃO QUERO LUZES, QUERO MÁGICA!!!

"O CÉU DEVE ESTAR EM FESTA"

Zeca, do outro lado dessa parede, está o mar azul pra cacete...
Dias assim agente devia era se apaixonar...

Garoto, a única perfeição da vida...é a alegria !!! Saúde!

Cazuza, o excesso é F-U-N-D-A-M-E-N-T-A-L.

- QUANDO MINHA CABEÇA TÁ MUITO CHEIA , EU ANOTO AS LOUCURAS AQUI .
AS VEZES TUDO QUE SAI MUITO RAPIDO .
COM ESSES DOIS INSTRUMENTOS AQUI , MUITO SIMPLES . VOCÊ PODE PARAR A BELEZA .

TUDO É POSSÍVEL CAZUZA ,
T-U-D-O '

FODA-SE! TEM CERTAS COISAS QUE SÃO PRA LER, E TEM CERTAS COISAS QUE SÃO PRA FUMAR!!! (RISOS)"

ZECA AGORA É O SEU CAPATAZ... CUIDA BEM DELE!

JÁ QUE VOCÊ É O MEU ESCRAVO, PEGA ALI ATRÁS DO NESTOR UMA GARRAFA DE UISQUE, QUE É PRA A GENTE COMEMORAR A LEI ÁUREA!

ZECA, VIM DO MESMO LUGAR DO QUE ELE NÃO VAI DAR CERTO!!!

NINGUÉM PODER PROVAR ABSOLUTAMENTE NADA AQUI! PORRA, EMPURRA NÃO!

Luizinho, num tem mais AZT aí não?

É que agente podia bater e cada um cheirava uma carreirinha...".

"Ô CAZUZA...CAZUZAAAAAA VAMO CAZUZAAAA.. (sussurando) Ó, GUARDA UMA PRA MIM AÍ"



SAUDADES ETERNAS.
tchau, Ezequiel...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Viva o Rock 'n Roll! Viva CAZUZA!!!

aeew moçada!!! vamos mostrar pra eles que rock é pra um e pra um milhãoo .


Rock'n geral é até mais tarde
Sem hora marcada
Armando assim um carnaval full time
Rock'n geral é bem alto
Pra se ouvir de qualquer nave
Ou de um coração meio surdo que não sabe amar

Rock'n geral é apaixonado
Neném sem pecado querendo mamar
Hei, mama, can't you hear me cry?
Hei, mama, can't you hear me cry?
Ei, mãe, não tá me ouvindo chorar?
Ei, mãe, não tá me ouvindo chorar?

Mamãe, eu quero mamar!
Mamãe, eu quero mamar!


Rock'n geral... Rock N' Geral sempre !!!

"É a idéia da eterna juventude."

"o rock n' roll nasceu de uma coisa adolescente"

"É ficar velho e brincando de trenzinho"


"Quando eu descobri o rock eu descobri que podia desbundar. O rock foi a maneira de eu me impor às pessoas sem ser o gauche - por que, de repente, virou moda ser louco. Eu estudava num colégio de padre onde, de repente, eu era a escória. Então, quando descobri o rock, descobri a minha tribo; ali eu ia ser aceito ! E rock pra mim não é só música, é atitude mesmo, é o novo ! Quer coisa mais nova do que o rock? O rock fervilha, é uma coisa que nunca pode parar."


"O rock não é uma lagoa, é um rio."

"O rock é a vingança dos escravos."

"É porque não é para ser ouvido, é para ser dançado, é uma coisa tribal."

"Rock é simplesmente uma batucada."

"O rock and roll é como uma trepada, muito ligado ao sexo e às drogas".

Cazuza - Revista Bizz nº 2 - Setembro de 1985

(É melhor viver 10 anos a 1000 do que 1000 anos a 10...)

FELIZ DIA MUNDIAL DO ROCK!!!

"Ao invés de heroína na veia, é rock na veia !!! "

(Ezequiel Neves)

vivaa o Rock .vivaa rolling stones!!! viva beatles!!! vivaa raul!!! vivaa ezequiel!!! vivaa barão!!! vivaa CAZUUUZAAA!!!

LUCINHA FALA SOBRE ZECA

"Achava que Zeca levaria Cazuza para o mau caminho", diz Lucinha Araújo

ALÔ! OI LUCINHA, TUDO BOM AMOR? CAZUZA? AH! TÁ NO MEIO DO SHOW... TÁ ÓTIMO! ALÔ! ALÔ LUCETE! ALÔ LUCETE! PORRA FICOU PUTA!

Mãe do cantor destacou amizade e companheirismo de Ezequiel Neves.
Veja a repercussão da morte do produtor e jornalista.
Ele foi parceiro e amigo de Cazuza até o fim da vida do cantor. "Não largou Cazuza nem por um minuto, principalmente quando soube que ele estava doente", disse Maria Lúcia Araújo, mãe do ex-líder do Barão Vermelho, sobre o produtor e jornalista Ezequiel Neves, morto na tarde desta quarta-feira. Mas Lucinha reconheceu que temeu pela amizade dos dois nos anos 80, quando Ezequiel conheceu o músico e passou a produzir a banda.
"A gente tinha uma relação de amor e ódio, porque achava que Zeca levaria Cazuza para o mau caminho. Depois vi que isso era uma bobagem. Ele teve grande importância na formação intelectual do meu filho. Apresentou Cazuza aos grandes poetas, teve muita responsabilidade sob esse aspecto. E os dois se davam muito bem", lembrou-se a presidente da Sociedade Viva Cazuza, instituição que cuida de crianças vítimas da AIDS no Rio de Janeiro.
Ela conta que Ezequiel descobriu um tumor no cérebro há cinco anos. Desde então, passou a sofrer com os efeitos da doença.
"Zeca procurou Paulo Niemeyer (neurocirurgião) na época, que disse que o tumor era benigno e inoperável. Quando o tumor começou a crescer, chegou até a ter uma paralisia cerebral. Em janeiro deste ano, ele piorou muito. Foi quando Frejat o internou. Nos últimos três meses, já não falava mais, pois foi traqueostomizado", revelou, acrescentando que é provável que o corpo do jornalista seja cremado nesta quinta, como era de seu desejo.
Lucinha relembrou ainda que o produtor, conhecido por sua irreverência e bom humor, chegou a apelidar o tumor de "Tuninho".
"Às vezes, eu perguntava: 'E aí, Zeca, tá tudo bem?' E ele respondia: 'Tá sim, Tuninho está muito bem comportado'", declarou a mãe de Cazuza, que não acredita na informação de que ele sofria de cirrose.
Coincidentemente, Cazuza faleceu no mesmo 7 de julho, só que há 20 anos. "Ontem à noite mesmo eu comentei com João (Araújo, pai de Cazuza), que me pediu notícias do Zeca: "Acho que ele está esperando o dia 7 para encontrar Cazuza e homenageá-lo". Agora deve estar uma bagunça lá em cima. Deus deve estar querendo se livrar deles. É capaz até de voltarem à Terra", brincou Lucinha, lembrando das afinidades entre produtor e cantor.
Muito querido
Para João Barone, baterista da banda carioca Os Paralamas do Sucesso, Ezequiel era uma pessoa muito querida por todos no meio musical.
"Ele talvez seja o cara que contradiga aquela máxima de viver apenas "dez anos a mil". Ele viveu mil anos a mil. Era uma pessoa muito doce, uma figura importantíssima na cena musical e cultural, principalmente. Acho que agora ele vai descansar, mas um momento como este não deixa de ser dramático. Ele foi se encontrar com Cazuza nesse aniversário de 20 anos de morte do cantor", lamentou.
O baterista Charles Gavin lembrou com alegria do produtor, a quem qualificou como "uma pessoa muito especial".
"A gente perdeu uma pessoa muito importante dentro do contexto cultural brasileiro. Fico realmente muito triste. O que eu mais gosta nele era irreverência e o espírito provocativo, que está se tornando cada vez mais raro hoje em dia. Era uma pessoa necessária", disse Gavin.
A cineasta Sandra Werneck, que dirigiu "Cazuza - o tempo não para", disse estar muito triste com a notícia da morte de Ezequiel:
"Além de admirar muito o Zeca como criador, ele era uma pessoa muito especial, amiga. Foi um grande parceiro no nosso filme, não só com idéias , mas vivenciando todo o processo. Adorava sua loucura e sua ireverrência. Passamos muitos domingos na minha casa com conversas deliciosas. É uma grande perda não só para os amigos, mas também para o mundo artístíco. Neste momento meu coração está com ele, que ele faça uma passagem iluminada e encontre seu grande amigo o Cazuza."

Amigos lembram Ezequiel Neves


RIO - Amigo desde a adolescência, nos anos 50, em Belo Horizonte, o escritor Silviano Santiago foi um dos muitos que sonharam reunir num livro os textos e as frases espirituosas que Ezequiel Neves produziu em seus 74 anos de vida intensa. Santiago já tinha até um título, "Pílulas de rock do Dr. Zeca", e algumas editoras interessadas, mas, em cima da hora, o produtor musical (que também foi ator, jornalista, letrista e incansável festeiro) desistiu. Disse que livro não era com ele.
Como lembra Roberto Frejat, guitarrista do Barão Vermelho e parceiro de Cazuza (e também do produtor, como no sucesso escrito a seis mãos e muitas doses "Por que a gente é assim?"), "Quem conheceu Ezequiel nunca mais foi o mesmo, e mudou para melhor!" Enquanto não sai uma coletânea póstuma com the best of Ezequiel, ainda sob o impacto de sua morte, ocorrida na tarde de quarta-feira - 20 anos após a partida de Cazuza -, alguns amigos relembram histórias que viveram com aquele que foi o verdadeiro "Exagerado". Além da figura escandalosa, Ezequiel tinha sofisticada base intelectual. Muitas facetas de um personagem arrebatador, que, agora, aguarda uma biografia à altura.


Estávamos no Studio 54, em Nova York, numa festa enorme e, não me pergunte como, terminamos num camarote só com gente famosa, Elizabeth Taylor, Jerry Hall... Ezequiel ficou doido com Liz Taylor, que, na época, fazia uma temporada de sucesso na Broadway, e me disse: 'Vou cheirar uma fileira nos peitos dela.' Zeca passou a segui-la, foi para a pista, dançou, voltou para o camarote, sentou do lado, falou algumas coisas e, num momento em que Liz Taylor se virou, pegou o vidrinho dele e deu uma cafungada no peito da atriz!. Ele adorava essa história, que presenciei. Mas, quanto a Woodstock, em 1969, Zeca nunca esteve lá. Ele passou a vida sendo entrevistado sobre o festival, dizia que tinha sido levado no jato de um amigo e contava que foi um terror: 'Os banheiros cagavam e mijavam em cima de todos!'
LEONARDO NETO, produtor musical

Uma noite dessas, há séculos, estávamos todos, um grupo misto, no Antiquarius, o restaurante dos poderosos no Leblon. Zeca, que não tinha dois tostões de paciência para preciosidades sociais ou gastronômicas, ao ser abordado pelo maître para fazer seu pedido, olhou atentamente a capa do menu e mandou: 'Antiquarius... Sei. O que é que tem de antigo aí, hein, garotinho?' Rapidamente, antes da resposta, concluiu: 'Ah... Me traz a canela do Tuntancâmon.' Pano rápido, close na cara do maître

LULU SANTOS, cantor

Zeca dizia odiar bar gay, porque odiava gueto. Para ele, todo bar tinha que ser gay, livre... Também dizia que casamento é o túmulo do amor: 'É um desperdício comum dois viverem vida de um.' Quando um jovem repórter disse a ele, durante as entrevistas de lançamento do livro que fizemos do Barão, 'Ezequiel, você, como crítico de música...', Zeca fuzilou: 'Crítico de música? Eu sou crítico de tudo!'

RODRIGO PINTO, jornalista

Eu me lembro de que ele já bem doente não controlava mais os movimentos da boca, então deixava cair comida na roupa, deixava escorrer pelo canto da boca a água enquanto bebia, mas, quando conseguia uma dose de vodca, não deixava pingar uma gota sequer! Acho isso a coisa mais Ezequiel do mundo, ele era uma aula de força. Gostava muito, muito dele, apesar de ter convivido pouco. E o amor dele pelo Dé (Palmeira, baixista do Barão Vermelho) sempre me comoveu

ADRIANA CALCANHOTTO, cantora

Estávamos numa festa, aí, Paulo Ricardo, que era tipo um filho de Zeca, falou: 'Gente, quero mostrar meu novo disco.' Rolou uma audição daquele CD cuja capa traz Paulo como São Sebastião, e todo mundo gostou, enquanto Ezequiel ficou calado. 'E aí, Zeca, o que voce achou?' Ele respirou fundo e: 'Paulinho, eu gosto muito de você, mas esse seu disco é uma MERDAAAA!!!'

MAURÍCIO BRANCO, ator

Mesmo perto do fim, Zeca nunca perdia a piada. Em novembro do ano passado, voltando de uma internação, assim que chegou ao seu apartamento, foi à geladeira, pegou uma garrafa de vodca e tomou duas doses. Depois, quando a irmã ligou de Belo Horizonte perguntando se precisava de algo, se estava tomando muitos remédios, Zeca respondeu: 'Não, o médico me receitou apenas um: VODCA!'

KATI PINTO, produtora

Quando me encontrava e queria elogiar minha aparência, Ezequiel dizia: 'Gilberto, você trabalha porque quer.' Ele dizia ainda que tomava conta dos rapazes do Barão Vermelho e só chamava os pais em caso de tentativa de suicídio

GILBERTO BRAGA, dramaturgo
Em Portugal para promover o CD 'Álbum', do Barão, ficamos num hotel com aquela máquina de gelo no corredor. Ezequiel e seu uísque estavam mais pra lá do que pra cá, mais rápidos que a capacidade da máquina repor os cubos. Ele chamou um funcionário, que bateu na porta e perguntou o que acontecera. Zeca respondeu, furioso, que a máquina era uma porcaria, que não tinha gelo suficiente. Escutou do cara: 'Ora pois, vocês estão a tirar o gelo da máquina, como quer que tenha gelo?' Até o Zeca foi obrigado a rir

RODRIGO SANTOS, baixista do Barão Vemelho

Foi com o Zeca minha primeira viagem internacional profissional, em 1987, pela gravadora CBS. Sabendo de sua paixão pelos Rolling Stones, convidei-o para a abertura da turnê na Filadélfia, nos EUA, juntamente com outros jornalistas. Fui buscar Zeca em casa, e, quando chegamos ao aeroporto, ele tinha esquecido as passagens. Contornado o problema, foi a estrela maior da viagem, com sua euforia e entusiasmo. No dia do show, Zeca uivava, gritava, comentava, histérico, cada música e detalhe do show. Eu, fã incondicional do grupo e de Zeca, passei uma das noites mais memoráveis da minha vida. Na saída do estádio, ele desapareceu, para meu desespero. Depois de horas de tensão, Zeca reapareceu no hotel, com o dia raiando, me abraçou e em minutos pariu a matéria para enviar ao Brasil via telex. Era a observação mais lúcida e cirúrgica do que acontecera no palco e no estádio. Brilhante como ele, um mago com as palavras

MARCELO CASTELLO BRANCO, presidente da gravadora EMI
Morreu uma das pessoas mais adoráveis que já conheci. Ezequiel Neves, o Bootleg (como o chamávamos em Londres, pois sempre aparecia com um disco pirata do Velvet Underground ou do Dylan), Zeca Jagger, o inventor do Barão Vermelho, o pai espiritual de Cazuza. Feito jornalista, já no meio dos anos 70, ele escreveu uma vez que eu era 'muito devagar' (os jornalistas precisavam dizer alguma coisa contra mim para fazerem carreira: era um pré-requisito natural). Convidado a uma festa, cheguei e toquei a campanhia do apartamento. Abriu-me a porta Ezequiel (que era também um convidado). Lancei à queima-roupa: 'Devagar e sempre!' Ele me cobriu de beijos

CAETANO VELOSO, músico

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"UM BRASIL DE LUTO"

"Luto para o cenário músical e cultural desse país"


"A VIDA É BELA E CRUEL DESPIDA,TÃO DESPREVINIDA E EXATA QUE UM DIA ACABA"

Em mais um 7 de julho, o rock brasileiro foi surpreendido pela morte de uma de suas figuras mais importantes. Aos 74 anos, Ezequiel Neves, jornalista, crítico, produtor musical e responsável pelo lançamento da banda Barão Vermelho, faleceu no começo da tarde de ontem, no Rio de Janeiro, depois de cinco anos lutando contra um tumor benigno no cérebro, um enfisema e cirrose.

Por ironia do destino, Ezequiel morreu no exato dia em que se completavam 20 anos que Cazuza, seu grande amigo e quem ele ajudou a revelar, saiu de cena. O jornalista acompanhou a carreira do Barão, do qual produziu todos os discos desde o início, e também foi parceiro musical de Cazuza em algumas canções, como Exagerado, Por que a gente é assim e Codinome beija-flor.




VIVA ZECA PORRA!!!!!
VIVAAAA ZECA, O MAIS INSENTIVADOR DO ROCK BRAZUCAAA, MERECE TODAS AS HOMENAGENS POSSIVEIS!!!

E acho que esse verso tem tudo a ver...

Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!"

Mário Quintana - 'Espelho Mágico'(1951)

"Ezequiel, presta atenção Ezequiel!". One, two, three, for...

salve o GRANDE...!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

20 anos sem o nosso poeta MAIOR

CAZUZA ( 1958 + 1990)

Hoje faz exatamente 20 anos que o Brasil perdia um dos seus maiores ídolos. O cantor e compositor Cazuza. Cazuza morreu no prédio dos pais que fica em Ipanema, zona sul do rio isso a exatamente 20 anos, mas parece que foi ontei.....



O pai João Araújo diz que a morte de Cazuza foi serena e que o cantor estava dormindo quando teve a última crise. Logo que o corpo chegou à capela começaram chegar os amigos, parentes, fãs e artistas. Todos falavam com admiração da lição de vida que cazuza deixou.

Esse é o momento de maior emoção quando o corpo do cazuza chega até a sepultura da família. Os fãs querem se aproximar para dá o último adeus ao cantor, mas só a família está conseguindo chegar perto. Agora nesse momento a mãe se aproxima e é amparada pelo amigo Bineto, grande amigo de Cazuza. Nesse momento o caixão baixa à sepultura. Com gritos e aplausos as pessoas se despedem do cantor.

Menino do rio, menino do Brasil. Cazuza nasceu, viveu e morreu na zona sul carioca. Tinha um nome antigo Agenor, o mesmo do avô. Um apelido de moleque, língua presas e ouvidos espertos. Desde pequeno gostava dos clássicos da musica popular brasileira. Mestres como L. Rodrigues e cartola autor de uma música que Cazuza fez questão de gravar anos mais tarde “o mundo é um moinho.

Em 1981 com um grupo de amigos ele cai na irreverência do rock e forma um conjunto. O Barão Vermelho e gravam juntos 4 LP, mas a união do grupo não durou muito.Cazuza se achava diferente do pessoal do Barão.Sou mais velho,mais louco e mais boêmio dizia ele. Se lançar então na carreira solo e grava o disco Exagerado. Exagerado era assim o seu jeito de viver e de compor.

Em1986 surge os primeiros sintomas da AIDS, no começo ele tenta esconder, mas no ano seguinte assume publicamente a doença e lança o disco Ideologia, uma radiografia dos sonhos e ilusões de sua geração. É um dos momentos mais importantes na carreira do cantor. Eu amadureci ,reconhece e pede ao Brasil que mostre a tua cara.

Nessa época, mesmo magro e abatido pela doença. Cazuza se dizia deslumbrado com a vida e faz show pelo país e canta a Bolsa Nova.

A doença maltrata o cantor. Cazuza é internado várias vezes em hospitais do Brasil e do exterior, mas não pára de trabalhar. Já muito enfraquecido grava o LP duplo Burguesia.

Não me considero um cantor não passo de um letrista que canta. Dizia Cazuza, modesto exagerado.

Cazuza foi um poeta que contou e cantou a história da sua geração. Dizia que os seus amigos morreram de over dose. Que tinha visto a cara da morte e que ela estava bem viva e que ele era o beijo da boca do luxo na boca do lixo.

Cazuza gostava de se resumir em uma frase “Tanto quero o pão quanto o vinho, a realidade e a fantasia é isso que nos mantém vivos."


O TEMPO NÃO PÁRA E A GENTE AINDA PASSA CORRENDO!!!

Comprar uma fazenda, fazer filhos...
talvez seja uma maneira de ficar pra sempre na terra
"Porque discos arranham e quebram"
Amor
Cazuza


...uma estrela jamais esquecida!
CAZUZA não dá para esquecer...
nem mesmo a força do tempo irá destruir,pois és imortal!
CAZUZA MORREU AOS 32 ANOS, MAS VIVEU INTENSAMENTE E FOI FELIZ!!!!!

"A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve"
(Cazuza)

ARTE LONGA
VIDA BREVE...


Cazuza vinte anos...e hoje mais uma estrela "zeca jagger" os dois vão ficar juntos e sempre serão eternos em nossos corações!
Toda homenagem que fizermos será pouca,a tudo aquilo que merecem...
obrigada e saudades...muitas saudades!!!!!!


"Destinos traçados na maternidade"

"Desde a época que ele morreu, a presença maior na minha vida é a ausência dele.
É uma ausência muito presente. Ela é brutal"
Eu queria ter dado um tiro na cara de deus quando ele ele levou o Cazuza!-Ezequiel Neves"

Vai com tudo Zecaaa!e

DESCANSE EM PAZ " SUA BICHA VELHA!"

terça-feira, 6 de julho de 2010


20 ANOS SEM CAZUZA!!!

Parece mentira,mas em 07/07/2010 faz 20 anos que nosso Cazuza partiu num trem para as estrelas...
"Tchau mãezinha fui beijar o céu..."
20 anos sem Cazuza???
Sim,mas também 20 anos COM Cazuza!!!
Afinal,poucos artistas brasileiros conseguiram arrebanhar uma multidão,uma legião de fãs tanto tempo depois de sua morte.
Hoje,pessoas de todas as idades curtem Cazuza.
Conheço crianças de 8,9 anos que gostam e conheço pessoas de 60 anos ou mais que gostam também.
Daqui a 40,50 anos vai ter gente falando de Cazuza,ouvindo Cazuza,porque o que é bom é imortal,é eterno.
Acho que nem ele imaginaria que seria tão amado,tanto tempo depois de ter-se ido e deve estar muito feliz e dando muita risada com tanta gente louca por ele e de tanta gente ignorante que não tem capacidade para entendê-lo.
Enfim,passe o tempo que passar,curtir Cazuza é sempre muito bom!!!
Neste dia 7,vamos homenageá-lo de todas as maneiras que pudermos e gostarmos.
Nada de tristeza,com o astral lá em cima,como ele sempre viveu e gostaria que vivêssemos.
Todo o amor que houver nessa vida para todo mundo!!!

VIVA CAZUZA,ONTEM,HOJE E SEMPRE!!!
Daqui a 20,40,80 ou 100 anos!!!

Por Silene do Valle

quinta-feira, 10 de junho de 2010

invasão da minha amiga silene...

INVASÃO!!!

Estou aqui pensando o que vou falar sobre essa pessoa maravilhosa que o CAZUZA colocou na minha vida e que se tornou de uma importância extrema para mim.
É muito mais do que uma amiga,é uma irmã,isso mesmo,considero a Cléia como minha maninha do coração.
Somos unidas por um sentimento incrível e eterno pelo nosso poeta,um sentimento que só nós entendemos.
Quando sou muitas vezes criticada por ter um amor tão exagerado pelo Cazuza,vejo entre tantas alegrias que ele me proporcionou,amizades como a da Cléia e mais do que nunca sinto como vale a pena e o quanto me orgulho de amar o Caju e o quanto me orgulho das pessoas que conheci através dele e que sei que vou levar para o resto da minha vida.
Sabe porquê?Porquê é para sempre!
Bom minha maninha,palavras não são capazes de expressar direito o que sinto,você sabe o quanto eu a admiro e a amo.
Sua amizade,seu carinho,sua confiança e tudo mais não tem preço!!!
EU TE AMO DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO !
Obrigada por você existir e por todo esse amor e luta pela memória do nosso poeta querido!

Por:Silene do Valle

valeu amiga silene por mais esse carinho!
amamos o CAZUZA siiiiiiiim!!!!
e que se fôôôda todo o resto!
CAZUZA até a alma.
pro sempre!

domingo, 30 de maio de 2010

Fotos raras de Cazuza

Galera linda que ama Cazuza,salve!!!

Estou invadindo o blog da minha irmãzinha Cléia para postar algumas fotos raras de shows do Cazuza que eu tenho.
Eu ia postar a entrevista da Playboy,mas não ia ficar muito legal,não dava para ler direito as páginas scanneadas.

Então resolvi compartilhar essas fotos com vocês,espero que gostem e curtam.

Todo o amor que houver nessa vida para vocês,e logo tem mais!

VIVA CAZUZA!!!

Por Silene do Valle





sexta-feira, 28 de maio de 2010

o que os outros pensam sobre CAZUZA



O menino Cazuza

Cazuza era menino, muito menino mesmo, querendo a turma, querendo o brinquedo, junto com todo mundo, querendo a mãe e o pai, os irmãos. Todos tinham que ser um pouco irmãos. Era uma personalidade quase suburbana, nesse sentido. Um menino de subúrbio. Como se quisesse estar sempre naquele playground dos imensos conjuntos habitacionais suburbanos, com a turma toda. E entrando nas casas dos vizinhos, fazendo bagunça em todos os apartamentos.

Tenho uma grande admiração por Cazuza, pela sua rabugice, por uma exigência de afeto. Era exigente com a amizade, com a proximidade, e queria que o mundo se revelasse através da capacidade de cultivar pessoas. Eu via muito mais isso nele do que essa imagem de rebelde impessoal. A música dele refletia isso. Essa coisa de querer todas as portas abertas, o tempo todo. Era comunitário, precisava de muita gente com ele, muitos amigos, muitas amigas. "O maior abandonado.

Eu gostava muito dele como músico. Fazia uma música esquisita. Era uma composição muito própria, muito pessoal, muito desobediente aos cânones. Um autônomo que não tinha necessidade, como eu, por exemplo, tenho, de reverenciar modos de criação de outros e seguir linhagens harmônicas, rítmicas ou melódicas. Ele, não. Ele queria ser reprodutor de um eco meio desorganizado, de um conjunto de coisas que passavam pelos seus próprios ouvidos. Gritos, rugidos e barulhos - tudo isso, ao mesmo tempo com o substrato musical, porque ele gostava de Lupiscínio Rodrigues e Cartola. Gostava de música e superava uma certa inabilidade para o cultivo submisso da disciplina musical, algo, afinal de contas, necessário a todo músico que quer ser músico. Cazuza supria isso com a extraordinária capacidade de transmutar, de revelar, de filtrar essa musicalidade através da impertinência e, assim, revelar uma outra música. Uma música nova, quebrada, toda 'troncha' e, ao mesmo tempo, tão bonita e até meio 'dada'.

Isso mesmo. A música de Cazuza é quebrada. As suas simetrias eram outras, raras no universo brasileiro da música, no rock'n'roII e no próprio rhythm'n'blues, que é o substrato dessa coisa toda do rock. Ele se aproximava do break, pela desarticulação. Mas rearticulava tudo isso numa linguagem. Lembro-me de um dia em que ensaiei três ou quatro músicas com ele e tive que aprender a incidência dos acordes, a sua relação, a sua incidência nos tempos das composições. Tive muita dificuldade de acertar os tempos onde os acordes incidiam. A estrutura musical criada por ele era totalmente caótica em relação aos meus cânones, aos meus padrões. No entanto, quando ouvia tudo aquilo no rádio, nada me era estranho. Ao contrário, ocorria-me um sentido de unidade, de compleição, de harmonia e de conjunto. Eu tive muita dificuldade para tocar aquilo. Foram as músicas mais difíceis para eu pegar até hoje.

Cazuza fala outra língua.

Gilberto Gil - 1990

Roberto Frejat- guitarrista do Barão Vermelho: "As melhores recordações que eu tenho são dos momentos em que a gente ficava compondo, em que a gente passava às vezes uma tarde inteira mexendo na letra ou na música até ficou do jeito que a gente queria. Aí, a gente saía de noite e de repente se pegava cantando um pro outro a música que a gente tinha feito de tarde."
“Cazuza foi um parceiro inigualável. A gente fez coisas que vão ser sempre referência dentro do meu trabalho como compositor, além de uma amizade que não tem igual… Até porque eu tenho outras grandes amizades, mas nenhuma parecida com o tipo de amizade que a gente tinha. Tenho orgulho de ter tido um amigo tão talentoso e tão forte.” -Frejat



Aldir Blanc, letrista e cronista: "Tinha profunda admiração pelo que ele fazia. Eu só criticava muito esse negócio de 'entourage'. essa coisa por eu ser da zona Norte acabava separando a gente de forma artificial. Não tenho dúvida de que perdemos um de nossos melhores letristas. Era difícil avaliar o que ele ainda poderia fazer, já que ele morreu e muito cedo. Eu gostava do conjunto da coragem das atitudes, a forma de lidar com a doença sem dar moleza."

Gilberto Braga- escritor de novelas: "Sem dúvida um dos grandes nomes da MPB do nosso final de século, especialmente como letrista sensível, lúcido, agressivo, consciente, de força arrebatadora, Cazuza dominou de tal forma os anos oitenta que, quando um dia quisermos fazer alguma história para reconstituir esta nossa época, seu nome vai se impor o mais representativo, o mais sincero, o mais da geração, como homem, não há o que dizer diante da força, da ternura, da garra demonstradas por ele ao enfrentar uma doença tão cruel quanto a Aids. Sua vida breve foi uma das maiores contribuições à cultura brasileira do século. Sua morte lenta, um triste mas belíssimo hino de amor à vida."

Cacá Diegues- cineasta:
"Todo período conturbado na vida de um país acaba sempre produzindo seu poeta nacional do momento, cantor das dificuldades de seu tempo e da esperança possível no futuro. A seu modo, Cazuza foi o rimbaud da desgraça brasileira desses anos 80, a nossa década perdida. Na melhor tradição de Fagundes Varela e Sousândrade, ele consumiu o fogo intenso de sua curta vida no combate à hipocrisia e à violência cotidianas, inaugurando no Brasil um olhar contemporâneo sobre um novo mode de viver que não espera pela história, mas que se impõe pelo desejo, agora. Devorado por sua incompatibilidade com o horror de seu tempo, Cazuza foi o nosso poeta da esperança.

Ronaldo Bôscoli- compositor e jornalista: "Dramático, forte, pungente e emocionante. É o mínimo que se pode dizer desse rebelde Cazuza, de longe - agora eu tenho certeza - o maior poeta de sua geração. Cazuza é um poetaço embalado num corpo ágil, em cuja cobertura mora uma cabeça incrível. A gente sente que sua música lindíssima é repetitiva, porque ela não é senão a moldura para ilustrar conceitos muito sérios. Cazuza é o arauto dos seus perigosos tempos. Ele tem um discurso cheio de fúria e amor. Cazuza na arena do Canecão me lembra um touro ferido, exangue e, ainda assim, avassalador. Um beijo, menino."

Ney Matogrosso- cantor: "A força principal na obra de Cazuza é o pensamento que ele transmite. Representa com muita intensidade das duas últimas décadas no Brasil. Diante desse aspecto a sua performance, por ser transitória, é até secindária. Isso sempre me impressionou na 'persona' Cazuza. Na intimidade era uma criatura doce e delicada. Muito mais bonita que na atuação incendiária que dedicava aos seus espectadores. Mas ele tinha muitas reservas com esse lado, por considerá-lo extremamente frágil. Desse 'pique-esconde' com si mesmo vinham todos os exageros."

Ezequiel Neves-
“Conviver com ele era um histerismo que eu adoro. Não era fácil, mas eu tirava de letra”.

“Uma vez nos encomendaram uma letra infantil e nós fomos tentar compôr. Cheiramos pra caralho, bebemos pra caralho, fumamos pra caralho… Aí o sol nasceu e nós falamos um com outro: ‘vamos desistir de letra pra criança, porque gostamos é de criança frita’. (risos) Não fizemos. Passaram-se dez dias e a Xuxa nos encomenda uma música. Eu falei pro Cazuza: ‘Olha, porra, isso a gente vai ter que fazer porque vai me dar uma independência. Eu vou poder comprar um apartamentinho pra mim’. Aí ele virou pra mim e disse ‘não precisamos passar por essa sentença. Eu te dou esse apartamento, mas não vamos fazer a letra’. Me deu o apartamento e eu moro nele até hoje. É uma delícia!”.

“O Cazuza era uma pessoa que estava bem em todo lugar, em todo canto. Ele se dava bem com gays, lésbicas, heterossexuais. Ele respeitava muito a cuca de qualquer um, o comportamento de qualquer um. Ele era muito aberto a tudo, não tinha preconceitos.”

crítico musical, produtor de discos e compositor: "Eu estava preparado para tudo. Aprendi tiro ao alvo e quero dar um tiro na cara de Deus." -Ezequiel Neves

André Jung- do Ira!: "Cazuza foi um dos maiores compositores do rock nacional dessa geração, além de cronista dessa juventude. Sua música é o retrato de alguém que viveu no limite, que experimentou a vida em toda sua plenitude, sem barreiras, preconceitos ou temores."

Sandra de Sá- cantora: "Só os loucos contaram / contam e vão contar / a história... as estórias! / Os loucos são verdadeiros, sinceros / românticos, rebeldes, sérios, palhaços.../ Amam o tudo... o pra sempre / "É preciso muita coragem / pra se ser "covarde" / Os loucos não morrem / Quando passam, ficam / São Gênios exageradamente gente / São assim... humanos de intensa luz / São assim... feito o cumpadi Agenor."

Regina Casé- atriz "Ele era uma pessoa muito amorosa. Acho que ele morreu de excesso de amor. Cazuza vai ser uma estrela maravilhosa no céu."

Roger Moreira- do Ultraje A Rigor: "Eu achei que ele fosse resistir, já que vinha resistindo tanto. Eu rezava por ele todas as noites. Independente de sua qualidade como poeta, ele deixa uma imagem de resistência, de luta, de coragem, de amor pela vida. Foi um rebelde: até contra a morte ele se rebelou."

Tárik de Souza- jornalista: "Outro dia mesmo encontrei o bilhete que meu amigo Zeca Jagger (popular Ezequiel Neves) me apresentava a banda nova, chamando especial atenção para o letrista. O tal grupo, Barão Vermelho, foi uma revelação. Mas o Cazuza que eu já conhecia das noitadas do Baixo Leblon me surpreendeu muito mais. Era num poeta pronto, no fio da lâmina, o nosso Lou Reed, enteado de Dolores (de Amores) Duran. O Caju Agenor imantou, e soube traduzir uma geração. Não dá pra fugir da ligação do pessoal com o coletivo que ele estabeleceu. De repente, o coleguinha de copo deu um tapa na mesa e virou mito. Ele volta ao Baixo como estátua e faz parte para sempre do show (da esquina) ao ridículo da vida."

Tizuka Yamazaki- cineasta: "Não me lembro se foi o ano de 83 ou 84. Só sei que ficou gravada na minha memória a imagem de Cazuza que vi pela primeira vez. Ele trazia a música "Bete Balanço" para o filme do Lael Rodrigues que produzi com o Cacá Diniz. Seu sorriso espontâneo, gostoso, cheio de alegria e confiança num só golpe o preconceito que eu tinha do rock que a garotada fazia. Ouvi a sua música, me surpreendi gostando dela. Daí, por tabela, me apaixonei pelo filme. Carreguei para sempre a minha gratidão por Cazuza por este ato de amor."

Kid Vinil- jornalista, cantor, radialista e apresentador de TV: "Um de seus méritos foi provar que é possível fazer poesia dentro do rock nacional. Misturando um pouco do rock dos Rolling Stones, do blues de B.B.King e da poesia de Noel Rosa."

Vânia Bastos- cantora: "Cazuza foi um compositor peculiar, coerente com as coisas dele, com seu modo de agir e pensar. De certa forma, ua maneira ousada de colocar as palavras dentro de sua música influenciou muito toda a minha geração."
Os loucos não morrem / Quando passam, ficam / São Gênios exageradamente gente / São assim... humanos de intensa luz / São assim... feito o cumpadi Agenor."

Esses versos da Sandra de Sá são a mais perfeita tradução do que foi o Cazuza.Ele era exageradamente gente,e conseguiu passar todas as emoções e verdades de um ser humano a flor da pele para o resto dos "mortais".É mais ou menos por aí a admiração que eu tenho pelo Cazuza.Como se ele por ser exageradamente gente,vivesse tudo por nós e através da sua sensibilidade nos desse "toques" sensacionais.Era tudo muito sincero,e se encaixa perfeitamente como eu vejo as coisas...Cazuza é incomparável !!!


" Eu estava ficando meio louco. Quando fazia shows, vinha um sentimento estranho. Todo mundo que estava me assistindo estava lá porque me amava. Mas eu queria que algumas pessoas também me odiassem. Eu não queria que todo mundo fosse bonzinho comigo. Então comecei a fazer coisas no palco para incomodar as pessoas."

Cazuza sobre suas atitude nos shows Ideologia em que cuspiu na bandeira e ficou nú em frente a platéia


"Estou preso num hospital, estou louco, estou determinado a fugir"
Internado no hospital São Vicente.

10/02/98
Frejat
"Todo dia né
teu dia e homem nobre
meu judeu não errante
beijo pra Léa
a véia, a veia
e Mauro do tarot
tarot
tarado
obrigado"
(Palavras registradas ao amigo Frejat)


" Pai, quando você perceber que não tem mais jeito, que eu não vou mais conseguir, pára de me dar remédio e me deixa morrer. Quero ter dignidade para morrer!"
Cazuza num apelo dramático ao pai (CAZUZA)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Lucinha Araújo: 20 anos sem Cazuza

o meu muitíssimo obrigado à amiga Silene por me enviar mais essa lindaa entrevista da mãezona de nosso poeta.
vaaaleu Silene !!!!
você vale por mais de 10000.00000.000 de fãs!
te devo mais essa preciosidade.
amo-te muito!!!


"Cazuza deixou uma marca indelével na música e na cultura popular brasileiras. Com uma obra musical que vai do rock à bossa-nova, Cazuza é herdeiro da geração beat americana e do Tropicalismo brasileiro. Com irreverência e deboche, ele mexeu com cabeças e corpos nos anos 80, traficando palavras de ordem numa linguagem de amor e desordem.

O legado de Cazuza, porém, não foi apenas musical. Ao morrer, ele deixou como herança para o Brasil, uma mulher, sua mãe, que deu continuidade à sua obra. Pouco depois da morte do filho, vítima da AIDS, Lucinha Araújo arregaçou as mangas e fundou a Sociedade Viva Cazuza, destinando os direitos autorais gerados pela obra do cantor a uma instituição dedicada a salvar vidas de crianças vítimas a AIDS.

Mais que mãe, Lucinha Araújo sempre foi a melhor amiga de Cazuza, confidente e aliada, que o acompanhou de mãos dadas em todas as batalhas da vida, até o último suspiro.

Guerreira por natureza, Lucinha confessa hoje que milênios podem passar, mas jamais passará a dor da perda do filho que ela considera a jóia mais preciosa que a vida lhe deu.

Passados 20 anos da morte de Cazuza, a dor até hoje acompanha Lucinha dia e noite. Mas ela não se importa. Até gosta. “Porque a dor”, diz ela sem pieguice, “é uma maneira de ter o Cazuza sempre comigo”.

A entrevista abaixo – franca, sem censura, repleta de revelações – é a homenagem de uma mãe que nunca se deixou vencer pela tragédia que levou seu filho deste mundo na plenitude da juventude e da criação.

Confira abaixo trechos da entrevista:

Marco Lacerda: Lucinha, em que altura da trajetória de Cazuza você descobriu que era mãe de um criador único na música brasileira?

Lucinha Araújo: Demorou um pouco para a ficha cair. Eu sabia que ele era diferente. Sempre foi muito inteligente, mas não era bom aluno no colégio - muito rebelde. Nunca pensei que fosse um gênio, como hoje em dia reconheço que ele foi.

Comecei a pensar nisso muito tempo depois, ele já era adulto. Quando criança, achava que era coisa minha, pretensão de mãe.


Lacerda: Houve algum momento em que você se opôs à carreira dele como músico e cantor?

Lucinha: Não, absolutamente, porque nossa família era diferenciada. Meu marido nunca trabalhou em outra coisa que não fosse música. Desde os 16 anos, sempre esteve em gravadora. Eu gravei dois discos, sempre cantei.

Então foi a lei natural das coisas o Cazuza gostar de música. Ele viu nascer muita gente importante, de Elis Regina aos Novos Baianos, passando por Chico e Caetano. Para mim não foi surpresa, pelo contrário, adorei. A surpresa foi saber que ele era tão bom.


Lacerda: Qual é, na sua opinião, a importância de Cazuza na música brasileira e como um artista que mexia com os costumes da sociedade?

Lucinha: Antes de mais nada, além das belas canções que deixou, Cazuza foi um exemplo de coragem. Claro, ele vai marcar a música brasileira como Noel Rosa, que viveu 26 anos mas até hoje é falado. No entanto, a coragem foi o grande legado que deixou para o Brasil.

Imagine uma pessoa no auge da beleza, do sucesso, da fama, vendendo discos, ganhando o dinheiro, se declarar soropositivo para que milhões de pessoas na mesma situação tenham o exemplo. Foi um ato de extrema coragem.

Este ato me surpreendeu, não sabia o filho que tinha dentro de casa. Depois disso, acredito que o lugar dele vai ficar pra sempre, porque ele foi muito diferente, de vanguarda. Até hoje é de vanguarda.

Tudo que ele falou aconteceu e até hoje o Brasil não tomou jeito (politicamente falando). Fora as canções de amor: Cazuza, como ninguém, cantou o amor de forma nua e crua. Sou suspeita, mas estou falando como fã, não como mãe.


Lacerda: Você disse uma vez nunca superou a morte do seu filho e que podem se passar 150 anos que você nunca vai superar essa perda. Você pode falar um pouco sobre esse sentimento?

Lucinha: Quem perdeu filho vai me entender: a gente não supera. Na verdade, não quero superar. Quero sentir esta dor enquanto for viva.

Outro dia a Angélica esteve aqui gravando sobre o meu trabalho e fez esta mesma pergunta. A resposta foi a mesma: não superei e não quero superar.

Agora, não sou uma pessoa para baixo. Sou sempre alto astral, como ele queria. Tenho sim os meus momentos de sofrimento, choro. Não devo nada a ninguém.

Mas vou à luta, continuo a minha vida ajudando a quem puder, tenho as minhas crianças, o meu trabalho e ainda um casamento de 53 anos, que não é pouca coisa.

Superar a dor da perda de filho é uma coisa antinatural: não vou superar nunca. O normal é o filho enterrar a mãe e não o contrário. "Lembro-me que, no dia que vi meu filho morto, minha vontade foi de pegá-lo de volta e colocá-lo no meu útero novamente."


"NÃO VOU SUPERAR, NÃO QUERO SUPERAR E VOU MORRER CHORANDO A MORTE DELE"


(Entrevista realizada mês passado pelo jornalista Marco Lacerda no programa FrenteVerso, que vai ao ar aos domingos, às 21h, pela Rádio Inconfidência FM 100,9, de Belo Horizonte)

FELIZES DIAS DE MÃE!!! LUCINHA!

PARABÉNS mais uma vez a rede globo e a manuel carlos pela belíssima homenagem à essa incrível mulher que é a mãe de CAZUZA!

vale mesmo a pena conferir!!! é simplismente mara!!!
http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1258992-7822-DEPOIMENTO+LUCINHA+ARAUJO,00.html



"MÃE, ACONTEÇA O QUE ACONTECER EU SEMPRE VOU ESTAR PERTO DE VOCÊ"


' tchau,mãezinha, fui beijar o céu.