quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cazuza e Lobão parceiros e melhores amigos...

"Cazuza seria um grande antídoto contra a atual caretice da MPB", diz Lobão


Vinte anos depois da morte de Cazuza, Lobão relembra a época de boemia e a longa amizade com o músico

"Lembro de uma época de muita poesia, em que vivemos intensamente a noite, a boemia. Fazíamos poesias nos guardanapos dos bares", diz o músico Lobão, em entrevista ao site da Rolling Stone Brasil, sobre o tempo que esteve ao lado de Cazuza, que, há 20 anos, morria vítima de aids. Não é por menos que Lobão seja uma das melhores pessoas para falar sobre o cantor. Na década de 80, junto a Julio Barroso (morto em 1984), eram melhores amigos e passaram juntos um dos períodos mais intensos de suas vidas.

Na época, o grupo boêmio do Rio de Janeiro costumava se encontrar à noite na região do Baixo Leblon. Era de lá que Lobão conhecia Cazuza, até descobrir o potencial musical do garoto, ao ouvir "Down em Mim". "Falaram que era do Barão Vermelho, grupo do filho do João Araújo, achei que seria mó jabá", conta. "Então, quando acabou a música, eu estava completamente mexido, um grande poeta aparecia ali", afirma Lobão, que disse ter ficado impressionado com a "letra maravilhosa e extremamente inspirada" da faixa. A partir de então, os dois ficaram cada vez mais amigos e passaram a fazer, de maneira despretensiosa, parcerias musicais, como nas faixas "Mal Nenhum" e "Azul e Amarelo" - no geral, Cazuza cuidava das composições e Lobão fazia os arranjos.
Não é de se estranhar que Lobão tenha dado risada durante toda esta entrevista.


Afinal, lembrar da amizade com "Caju" é sinônimo de bons momentos. Segundo o músico, Cazuza era "maluco, engraçado, provocador, debochado, sem vergonha e, ao mesmo tempo, uma doce criatura", diferente do garoto tranquilo e sério que passava o tempo lendo livros na casa dos pais, Lucinha e João Araújo. "Ele era doce com todo mundo, mas, de repente, ficava completamente cafajeste, sujo e traiçoeiro", relata Lobão, que se prepara para lançar sua autobiografia em outubro.

Juntos, os amigos viveram os anos mais loucos de suas vidas e "se zoavam o tempo inteiro". Uma das maiores provas disso talvez tenha acontecido em 1989, quando Cazuza, já muito doente, bateu na porta de Lobão para criar mais uma música, "Quero Ele". "Ele me mostrou a letra, mas eu disse que não me sentia muito a vontade de fazer", conta. Basta prestar atenção em alguns versos, para entender a resistência de Lobão: "Quero ele por trás dele/ Por cima da mesa/ Quero Querelle, quero querê-las/ Quero tê-las, seus bagos, suas orelhas/ Quero ele brocha, quero ele rocha/ Quero ele com seus pentelhos/ E seu doce sorriso nas sobrancelhas". "Eu disse que não me via cantando aquilo e ele ficou bravo, mas passou. Um ano depois, quando ele já estava morto, descobri que registrou a música em meu nome, comecei a receber os direitos autorais pela faixa", relembra, às gargalhadas.
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Pode parecer que a relação da dupla se resumisse apenas a uma "curtição desenfreada", mas a amizade deles ia além da farra. Segundo Lobão, Cazuza era um grande amigo, companheiro e tinha um coração enorme. "Ele era o único amigo que saía em público para falar sobre mim. Ele dizia: 'Vocês estão subestimando o Lobão, ele é um rapaz educado, não é bandido'. Fazia questão de dar a cara à tapa para me defender"


Morte anunciada
Quem conviveu com Cazuza afirma que ele era um homem intenso e transparente, já que era fácil identificar quando estava em momento destemperado ou frágil. Por isso, não poderia ser diferente durante o período de sua doença. "Ele queria aproveitar a vida. Tomava os remédios, mas nunca deixou de beber e fazer o que queria, acelerou até o final. Todo mundo sabia", conta Lobão. "Na época, a aids causava muito mais pavor, era uma sentença de morte, não tinha solução. E ele sabia que estava ferrado, estava roxo, parecia um zumbi por causa dos remédios. Era muito chocante ver seu amigo definhando, com 30 kg, sem cabelo."

Ao que parece, a amizade com Lobão foi importante nesse período. Enquanto todos o mimavam, o amigo contribuía com o lado realista. "Ao mesmo tempo em que ele gostava de ser paparicado, ficava muito irritado com aquela piedade que sentiam. Eu era muito cruel e ele adorava", afirma Lobão. "A gente fumava um baseado e ele ficava babando no cigarro, aí passava pra gente e eu falava: 'Pô, você com doença contagiosa, não tem vergonha na cara?' Mas [a gente] fumava, ou cheirava no mesmo canudo, sabe?"

Inevitável dizer que a morte de Cazuza marcou uma época, já que foi o primeiro artista do país a falar abertamente sobre a aids. "Ele brincava, falava na boa, mas sofria muito, claro, estava na flor da idade." A postura da imprensa e da sociedade preconceituosa da época pode ter potencializado ainda mais o sofrimento do cantor: "O tratamento era muito cruel, mas eu e Cazuza nos defendíamos muito. Nunca esqueço o que ele disse quando começaram a falar: 'Pô, precisou eu pegar aids e o Lobão ser preso para que vocês prestassem atenção na gente'."

Os anos 80 foram marcados pelo surgimento de grandes artistas da música popular brasileira, mas que, na época, não chegavam perto de serem as figuras de peso que se tornaram hoje. "A produção dos nossos discos ficava largada, a MPB era considerada uma coisa infanto-juvenil, de rock, e não o filet mignon da música brasileira. Isso só seria firmado e maturado se Cazuza estivesse vivo", acredita Lobão. "A gente queria acabar com a caretice da MPB e agora parece que está ainda pior. Hoje, Cazuza seria um grande antídoto contra isso. Ele era o oposto da caretice, sem deixar de ser brasileiro e de ter influências rock 'n' roll."

Lobão faz questão de se posicionar contra a comoção pós-morte dos ídolos da época, como aconteceu com Cazuza. "Sempre digo que ele é uma vítima, porque só foi ter reconhecimento depois de morto. Quando estava vivo, era um roqueiro aidético, maconheiro, filhinho de papai, filho do João Araújo. Ele viveu com essa sensação, jamais poderia imaginar que se tornaria uma figura de peso. Acho triste e irônico, porque ele virou exatamente aquilo de que nunca usufruiu."


"Quero Ele"
Cazuza
Composição: Cazuza / Lobão

Quero ele, mas quero muito
Ouço no meu gravador murmúrios dele
Procuro ele no mar, por todo o navio
Quero ele, menino triste
Quero ele por trás dele
Por cima da mesa
Quero Querelle, quero querê-las
Quero tê-las, seus bagos, suas orelhas
Quero ele brocha, quero ele rocha
Quero ele com seus pentelhos
E seu doce sorriso nas sobrancelhas
A brisa de espada
Quero arrumar sua mala
E cuidar dele quando estiver doente
A gente sente coisas estranhas
Dores, horrores nas entranhas
Mãe, pai, aonde estou nessa noite devagar
Querelle não, Querelle corre
Querelle pode e deve mentir
Quero Querelle e seu irmão
(Quero Rogéria e seu pauzão)
Quero em Brest, todos os santos
Quero as fadas e os gigantes

Quero escovar seus dentes, passar colônia
Contar histórias pra sua insônia
Quero curar seu mal de sexo
Quero sem nexo, sem camisinha
Quero, sim, quero carinho
Quero a luz dos obscuros
Quero querer, quero mamar, quero preguiça
O Rio, Angra, Paranaguá
Quero vocês, meus companheiros
Meus marinheiros, meus caloteiros
Quero vocês, quero com a faca cortar a dor
E ser mulher (mulher Rogéria, Astolfo macho)


'Eu causo nas pessoas um tipo de enjôo com meu jeito, com minha carência, com minha ânsia por atenção, tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.'      (cazuza.)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Cazuza me trouxe amigos"

amigoooooooooooooooos... Feliz dia do amigo!!! Atrasada, mas tá valendo!Para todos amigos do orkut um salve!!!Para um antigo amigo, que sei que nunca vai voltar...e principalmente a todos amigos que curtem CAZUZA.
Que todos tenham tido um Feliz dia do Amigo!!!


e... viva o poetaa!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

NÃO QUERO LUZES, QUERO MÁGICA!!!

"O CÉU DEVE ESTAR EM FESTA"

Zeca, do outro lado dessa parede, está o mar azul pra cacete...
Dias assim agente devia era se apaixonar...

Garoto, a única perfeição da vida...é a alegria !!! Saúde!

Cazuza, o excesso é F-U-N-D-A-M-E-N-T-A-L.

- QUANDO MINHA CABEÇA TÁ MUITO CHEIA , EU ANOTO AS LOUCURAS AQUI .
AS VEZES TUDO QUE SAI MUITO RAPIDO .
COM ESSES DOIS INSTRUMENTOS AQUI , MUITO SIMPLES . VOCÊ PODE PARAR A BELEZA .

TUDO É POSSÍVEL CAZUZA ,
T-U-D-O '

FODA-SE! TEM CERTAS COISAS QUE SÃO PRA LER, E TEM CERTAS COISAS QUE SÃO PRA FUMAR!!! (RISOS)"

ZECA AGORA É O SEU CAPATAZ... CUIDA BEM DELE!

JÁ QUE VOCÊ É O MEU ESCRAVO, PEGA ALI ATRÁS DO NESTOR UMA GARRAFA DE UISQUE, QUE É PRA A GENTE COMEMORAR A LEI ÁUREA!

ZECA, VIM DO MESMO LUGAR DO QUE ELE NÃO VAI DAR CERTO!!!

NINGUÉM PODER PROVAR ABSOLUTAMENTE NADA AQUI! PORRA, EMPURRA NÃO!

Luizinho, num tem mais AZT aí não?

É que agente podia bater e cada um cheirava uma carreirinha...".

"Ô CAZUZA...CAZUZAAAAAA VAMO CAZUZAAAA.. (sussurando) Ó, GUARDA UMA PRA MIM AÍ"



SAUDADES ETERNAS.
tchau, Ezequiel...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Viva o Rock 'n Roll! Viva CAZUZA!!!

aeew moçada!!! vamos mostrar pra eles que rock é pra um e pra um milhãoo .


Rock'n geral é até mais tarde
Sem hora marcada
Armando assim um carnaval full time
Rock'n geral é bem alto
Pra se ouvir de qualquer nave
Ou de um coração meio surdo que não sabe amar

Rock'n geral é apaixonado
Neném sem pecado querendo mamar
Hei, mama, can't you hear me cry?
Hei, mama, can't you hear me cry?
Ei, mãe, não tá me ouvindo chorar?
Ei, mãe, não tá me ouvindo chorar?

Mamãe, eu quero mamar!
Mamãe, eu quero mamar!


Rock'n geral... Rock N' Geral sempre !!!

"É a idéia da eterna juventude."

"o rock n' roll nasceu de uma coisa adolescente"

"É ficar velho e brincando de trenzinho"


"Quando eu descobri o rock eu descobri que podia desbundar. O rock foi a maneira de eu me impor às pessoas sem ser o gauche - por que, de repente, virou moda ser louco. Eu estudava num colégio de padre onde, de repente, eu era a escória. Então, quando descobri o rock, descobri a minha tribo; ali eu ia ser aceito ! E rock pra mim não é só música, é atitude mesmo, é o novo ! Quer coisa mais nova do que o rock? O rock fervilha, é uma coisa que nunca pode parar."


"O rock não é uma lagoa, é um rio."

"O rock é a vingança dos escravos."

"É porque não é para ser ouvido, é para ser dançado, é uma coisa tribal."

"Rock é simplesmente uma batucada."

"O rock and roll é como uma trepada, muito ligado ao sexo e às drogas".

Cazuza - Revista Bizz nº 2 - Setembro de 1985

(É melhor viver 10 anos a 1000 do que 1000 anos a 10...)

FELIZ DIA MUNDIAL DO ROCK!!!

"Ao invés de heroína na veia, é rock na veia !!! "

(Ezequiel Neves)

vivaa o Rock .vivaa rolling stones!!! viva beatles!!! vivaa raul!!! vivaa ezequiel!!! vivaa barão!!! vivaa CAZUUUZAAA!!!

LUCINHA FALA SOBRE ZECA

"Achava que Zeca levaria Cazuza para o mau caminho", diz Lucinha Araújo

ALÔ! OI LUCINHA, TUDO BOM AMOR? CAZUZA? AH! TÁ NO MEIO DO SHOW... TÁ ÓTIMO! ALÔ! ALÔ LUCETE! ALÔ LUCETE! PORRA FICOU PUTA!

Mãe do cantor destacou amizade e companheirismo de Ezequiel Neves.
Veja a repercussão da morte do produtor e jornalista.
Ele foi parceiro e amigo de Cazuza até o fim da vida do cantor. "Não largou Cazuza nem por um minuto, principalmente quando soube que ele estava doente", disse Maria Lúcia Araújo, mãe do ex-líder do Barão Vermelho, sobre o produtor e jornalista Ezequiel Neves, morto na tarde desta quarta-feira. Mas Lucinha reconheceu que temeu pela amizade dos dois nos anos 80, quando Ezequiel conheceu o músico e passou a produzir a banda.
"A gente tinha uma relação de amor e ódio, porque achava que Zeca levaria Cazuza para o mau caminho. Depois vi que isso era uma bobagem. Ele teve grande importância na formação intelectual do meu filho. Apresentou Cazuza aos grandes poetas, teve muita responsabilidade sob esse aspecto. E os dois se davam muito bem", lembrou-se a presidente da Sociedade Viva Cazuza, instituição que cuida de crianças vítimas da AIDS no Rio de Janeiro.
Ela conta que Ezequiel descobriu um tumor no cérebro há cinco anos. Desde então, passou a sofrer com os efeitos da doença.
"Zeca procurou Paulo Niemeyer (neurocirurgião) na época, que disse que o tumor era benigno e inoperável. Quando o tumor começou a crescer, chegou até a ter uma paralisia cerebral. Em janeiro deste ano, ele piorou muito. Foi quando Frejat o internou. Nos últimos três meses, já não falava mais, pois foi traqueostomizado", revelou, acrescentando que é provável que o corpo do jornalista seja cremado nesta quinta, como era de seu desejo.
Lucinha relembrou ainda que o produtor, conhecido por sua irreverência e bom humor, chegou a apelidar o tumor de "Tuninho".
"Às vezes, eu perguntava: 'E aí, Zeca, tá tudo bem?' E ele respondia: 'Tá sim, Tuninho está muito bem comportado'", declarou a mãe de Cazuza, que não acredita na informação de que ele sofria de cirrose.
Coincidentemente, Cazuza faleceu no mesmo 7 de julho, só que há 20 anos. "Ontem à noite mesmo eu comentei com João (Araújo, pai de Cazuza), que me pediu notícias do Zeca: "Acho que ele está esperando o dia 7 para encontrar Cazuza e homenageá-lo". Agora deve estar uma bagunça lá em cima. Deus deve estar querendo se livrar deles. É capaz até de voltarem à Terra", brincou Lucinha, lembrando das afinidades entre produtor e cantor.
Muito querido
Para João Barone, baterista da banda carioca Os Paralamas do Sucesso, Ezequiel era uma pessoa muito querida por todos no meio musical.
"Ele talvez seja o cara que contradiga aquela máxima de viver apenas "dez anos a mil". Ele viveu mil anos a mil. Era uma pessoa muito doce, uma figura importantíssima na cena musical e cultural, principalmente. Acho que agora ele vai descansar, mas um momento como este não deixa de ser dramático. Ele foi se encontrar com Cazuza nesse aniversário de 20 anos de morte do cantor", lamentou.
O baterista Charles Gavin lembrou com alegria do produtor, a quem qualificou como "uma pessoa muito especial".
"A gente perdeu uma pessoa muito importante dentro do contexto cultural brasileiro. Fico realmente muito triste. O que eu mais gosta nele era irreverência e o espírito provocativo, que está se tornando cada vez mais raro hoje em dia. Era uma pessoa necessária", disse Gavin.
A cineasta Sandra Werneck, que dirigiu "Cazuza - o tempo não para", disse estar muito triste com a notícia da morte de Ezequiel:
"Além de admirar muito o Zeca como criador, ele era uma pessoa muito especial, amiga. Foi um grande parceiro no nosso filme, não só com idéias , mas vivenciando todo o processo. Adorava sua loucura e sua ireverrência. Passamos muitos domingos na minha casa com conversas deliciosas. É uma grande perda não só para os amigos, mas também para o mundo artístíco. Neste momento meu coração está com ele, que ele faça uma passagem iluminada e encontre seu grande amigo o Cazuza."

Amigos lembram Ezequiel Neves


RIO - Amigo desde a adolescência, nos anos 50, em Belo Horizonte, o escritor Silviano Santiago foi um dos muitos que sonharam reunir num livro os textos e as frases espirituosas que Ezequiel Neves produziu em seus 74 anos de vida intensa. Santiago já tinha até um título, "Pílulas de rock do Dr. Zeca", e algumas editoras interessadas, mas, em cima da hora, o produtor musical (que também foi ator, jornalista, letrista e incansável festeiro) desistiu. Disse que livro não era com ele.
Como lembra Roberto Frejat, guitarrista do Barão Vermelho e parceiro de Cazuza (e também do produtor, como no sucesso escrito a seis mãos e muitas doses "Por que a gente é assim?"), "Quem conheceu Ezequiel nunca mais foi o mesmo, e mudou para melhor!" Enquanto não sai uma coletânea póstuma com the best of Ezequiel, ainda sob o impacto de sua morte, ocorrida na tarde de quarta-feira - 20 anos após a partida de Cazuza -, alguns amigos relembram histórias que viveram com aquele que foi o verdadeiro "Exagerado". Além da figura escandalosa, Ezequiel tinha sofisticada base intelectual. Muitas facetas de um personagem arrebatador, que, agora, aguarda uma biografia à altura.


Estávamos no Studio 54, em Nova York, numa festa enorme e, não me pergunte como, terminamos num camarote só com gente famosa, Elizabeth Taylor, Jerry Hall... Ezequiel ficou doido com Liz Taylor, que, na época, fazia uma temporada de sucesso na Broadway, e me disse: 'Vou cheirar uma fileira nos peitos dela.' Zeca passou a segui-la, foi para a pista, dançou, voltou para o camarote, sentou do lado, falou algumas coisas e, num momento em que Liz Taylor se virou, pegou o vidrinho dele e deu uma cafungada no peito da atriz!. Ele adorava essa história, que presenciei. Mas, quanto a Woodstock, em 1969, Zeca nunca esteve lá. Ele passou a vida sendo entrevistado sobre o festival, dizia que tinha sido levado no jato de um amigo e contava que foi um terror: 'Os banheiros cagavam e mijavam em cima de todos!'
LEONARDO NETO, produtor musical

Uma noite dessas, há séculos, estávamos todos, um grupo misto, no Antiquarius, o restaurante dos poderosos no Leblon. Zeca, que não tinha dois tostões de paciência para preciosidades sociais ou gastronômicas, ao ser abordado pelo maître para fazer seu pedido, olhou atentamente a capa do menu e mandou: 'Antiquarius... Sei. O que é que tem de antigo aí, hein, garotinho?' Rapidamente, antes da resposta, concluiu: 'Ah... Me traz a canela do Tuntancâmon.' Pano rápido, close na cara do maître

LULU SANTOS, cantor

Zeca dizia odiar bar gay, porque odiava gueto. Para ele, todo bar tinha que ser gay, livre... Também dizia que casamento é o túmulo do amor: 'É um desperdício comum dois viverem vida de um.' Quando um jovem repórter disse a ele, durante as entrevistas de lançamento do livro que fizemos do Barão, 'Ezequiel, você, como crítico de música...', Zeca fuzilou: 'Crítico de música? Eu sou crítico de tudo!'

RODRIGO PINTO, jornalista

Eu me lembro de que ele já bem doente não controlava mais os movimentos da boca, então deixava cair comida na roupa, deixava escorrer pelo canto da boca a água enquanto bebia, mas, quando conseguia uma dose de vodca, não deixava pingar uma gota sequer! Acho isso a coisa mais Ezequiel do mundo, ele era uma aula de força. Gostava muito, muito dele, apesar de ter convivido pouco. E o amor dele pelo Dé (Palmeira, baixista do Barão Vermelho) sempre me comoveu

ADRIANA CALCANHOTTO, cantora

Estávamos numa festa, aí, Paulo Ricardo, que era tipo um filho de Zeca, falou: 'Gente, quero mostrar meu novo disco.' Rolou uma audição daquele CD cuja capa traz Paulo como São Sebastião, e todo mundo gostou, enquanto Ezequiel ficou calado. 'E aí, Zeca, o que voce achou?' Ele respirou fundo e: 'Paulinho, eu gosto muito de você, mas esse seu disco é uma MERDAAAA!!!'

MAURÍCIO BRANCO, ator

Mesmo perto do fim, Zeca nunca perdia a piada. Em novembro do ano passado, voltando de uma internação, assim que chegou ao seu apartamento, foi à geladeira, pegou uma garrafa de vodca e tomou duas doses. Depois, quando a irmã ligou de Belo Horizonte perguntando se precisava de algo, se estava tomando muitos remédios, Zeca respondeu: 'Não, o médico me receitou apenas um: VODCA!'

KATI PINTO, produtora

Quando me encontrava e queria elogiar minha aparência, Ezequiel dizia: 'Gilberto, você trabalha porque quer.' Ele dizia ainda que tomava conta dos rapazes do Barão Vermelho e só chamava os pais em caso de tentativa de suicídio

GILBERTO BRAGA, dramaturgo
Em Portugal para promover o CD 'Álbum', do Barão, ficamos num hotel com aquela máquina de gelo no corredor. Ezequiel e seu uísque estavam mais pra lá do que pra cá, mais rápidos que a capacidade da máquina repor os cubos. Ele chamou um funcionário, que bateu na porta e perguntou o que acontecera. Zeca respondeu, furioso, que a máquina era uma porcaria, que não tinha gelo suficiente. Escutou do cara: 'Ora pois, vocês estão a tirar o gelo da máquina, como quer que tenha gelo?' Até o Zeca foi obrigado a rir

RODRIGO SANTOS, baixista do Barão Vemelho

Foi com o Zeca minha primeira viagem internacional profissional, em 1987, pela gravadora CBS. Sabendo de sua paixão pelos Rolling Stones, convidei-o para a abertura da turnê na Filadélfia, nos EUA, juntamente com outros jornalistas. Fui buscar Zeca em casa, e, quando chegamos ao aeroporto, ele tinha esquecido as passagens. Contornado o problema, foi a estrela maior da viagem, com sua euforia e entusiasmo. No dia do show, Zeca uivava, gritava, comentava, histérico, cada música e detalhe do show. Eu, fã incondicional do grupo e de Zeca, passei uma das noites mais memoráveis da minha vida. Na saída do estádio, ele desapareceu, para meu desespero. Depois de horas de tensão, Zeca reapareceu no hotel, com o dia raiando, me abraçou e em minutos pariu a matéria para enviar ao Brasil via telex. Era a observação mais lúcida e cirúrgica do que acontecera no palco e no estádio. Brilhante como ele, um mago com as palavras

MARCELO CASTELLO BRANCO, presidente da gravadora EMI
Morreu uma das pessoas mais adoráveis que já conheci. Ezequiel Neves, o Bootleg (como o chamávamos em Londres, pois sempre aparecia com um disco pirata do Velvet Underground ou do Dylan), Zeca Jagger, o inventor do Barão Vermelho, o pai espiritual de Cazuza. Feito jornalista, já no meio dos anos 70, ele escreveu uma vez que eu era 'muito devagar' (os jornalistas precisavam dizer alguma coisa contra mim para fazerem carreira: era um pré-requisito natural). Convidado a uma festa, cheguei e toquei a campanhia do apartamento. Abriu-me a porta Ezequiel (que era também um convidado). Lancei à queima-roupa: 'Devagar e sempre!' Ele me cobriu de beijos

CAETANO VELOSO, músico

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"UM BRASIL DE LUTO"

"Luto para o cenário músical e cultural desse país"


"A VIDA É BELA E CRUEL DESPIDA,TÃO DESPREVINIDA E EXATA QUE UM DIA ACABA"

Em mais um 7 de julho, o rock brasileiro foi surpreendido pela morte de uma de suas figuras mais importantes. Aos 74 anos, Ezequiel Neves, jornalista, crítico, produtor musical e responsável pelo lançamento da banda Barão Vermelho, faleceu no começo da tarde de ontem, no Rio de Janeiro, depois de cinco anos lutando contra um tumor benigno no cérebro, um enfisema e cirrose.

Por ironia do destino, Ezequiel morreu no exato dia em que se completavam 20 anos que Cazuza, seu grande amigo e quem ele ajudou a revelar, saiu de cena. O jornalista acompanhou a carreira do Barão, do qual produziu todos os discos desde o início, e também foi parceiro musical de Cazuza em algumas canções, como Exagerado, Por que a gente é assim e Codinome beija-flor.




VIVA ZECA PORRA!!!!!
VIVAAAA ZECA, O MAIS INSENTIVADOR DO ROCK BRAZUCAAA, MERECE TODAS AS HOMENAGENS POSSIVEIS!!!

E acho que esse verso tem tudo a ver...

Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!"

Mário Quintana - 'Espelho Mágico'(1951)

"Ezequiel, presta atenção Ezequiel!". One, two, three, for...

salve o GRANDE...!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

20 anos sem o nosso poeta MAIOR

CAZUZA ( 1958 + 1990)

Hoje faz exatamente 20 anos que o Brasil perdia um dos seus maiores ídolos. O cantor e compositor Cazuza. Cazuza morreu no prédio dos pais que fica em Ipanema, zona sul do rio isso a exatamente 20 anos, mas parece que foi ontei.....



O pai João Araújo diz que a morte de Cazuza foi serena e que o cantor estava dormindo quando teve a última crise. Logo que o corpo chegou à capela começaram chegar os amigos, parentes, fãs e artistas. Todos falavam com admiração da lição de vida que cazuza deixou.

Esse é o momento de maior emoção quando o corpo do cazuza chega até a sepultura da família. Os fãs querem se aproximar para dá o último adeus ao cantor, mas só a família está conseguindo chegar perto. Agora nesse momento a mãe se aproxima e é amparada pelo amigo Bineto, grande amigo de Cazuza. Nesse momento o caixão baixa à sepultura. Com gritos e aplausos as pessoas se despedem do cantor.

Menino do rio, menino do Brasil. Cazuza nasceu, viveu e morreu na zona sul carioca. Tinha um nome antigo Agenor, o mesmo do avô. Um apelido de moleque, língua presas e ouvidos espertos. Desde pequeno gostava dos clássicos da musica popular brasileira. Mestres como L. Rodrigues e cartola autor de uma música que Cazuza fez questão de gravar anos mais tarde “o mundo é um moinho.

Em 1981 com um grupo de amigos ele cai na irreverência do rock e forma um conjunto. O Barão Vermelho e gravam juntos 4 LP, mas a união do grupo não durou muito.Cazuza se achava diferente do pessoal do Barão.Sou mais velho,mais louco e mais boêmio dizia ele. Se lançar então na carreira solo e grava o disco Exagerado. Exagerado era assim o seu jeito de viver e de compor.

Em1986 surge os primeiros sintomas da AIDS, no começo ele tenta esconder, mas no ano seguinte assume publicamente a doença e lança o disco Ideologia, uma radiografia dos sonhos e ilusões de sua geração. É um dos momentos mais importantes na carreira do cantor. Eu amadureci ,reconhece e pede ao Brasil que mostre a tua cara.

Nessa época, mesmo magro e abatido pela doença. Cazuza se dizia deslumbrado com a vida e faz show pelo país e canta a Bolsa Nova.

A doença maltrata o cantor. Cazuza é internado várias vezes em hospitais do Brasil e do exterior, mas não pára de trabalhar. Já muito enfraquecido grava o LP duplo Burguesia.

Não me considero um cantor não passo de um letrista que canta. Dizia Cazuza, modesto exagerado.

Cazuza foi um poeta que contou e cantou a história da sua geração. Dizia que os seus amigos morreram de over dose. Que tinha visto a cara da morte e que ela estava bem viva e que ele era o beijo da boca do luxo na boca do lixo.

Cazuza gostava de se resumir em uma frase “Tanto quero o pão quanto o vinho, a realidade e a fantasia é isso que nos mantém vivos."


O TEMPO NÃO PÁRA E A GENTE AINDA PASSA CORRENDO!!!

Comprar uma fazenda, fazer filhos...
talvez seja uma maneira de ficar pra sempre na terra
"Porque discos arranham e quebram"
Amor
Cazuza


...uma estrela jamais esquecida!
CAZUZA não dá para esquecer...
nem mesmo a força do tempo irá destruir,pois és imortal!
CAZUZA MORREU AOS 32 ANOS, MAS VIVEU INTENSAMENTE E FOI FELIZ!!!!!

"A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve"
(Cazuza)

ARTE LONGA
VIDA BREVE...


Cazuza vinte anos...e hoje mais uma estrela "zeca jagger" os dois vão ficar juntos e sempre serão eternos em nossos corações!
Toda homenagem que fizermos será pouca,a tudo aquilo que merecem...
obrigada e saudades...muitas saudades!!!!!!


"Destinos traçados na maternidade"

"Desde a época que ele morreu, a presença maior na minha vida é a ausência dele.
É uma ausência muito presente. Ela é brutal"
Eu queria ter dado um tiro na cara de deus quando ele ele levou o Cazuza!-Ezequiel Neves"

Vai com tudo Zecaaa!e

DESCANSE EM PAZ " SUA BICHA VELHA!"

terça-feira, 6 de julho de 2010


20 ANOS SEM CAZUZA!!!

Parece mentira,mas em 07/07/2010 faz 20 anos que nosso Cazuza partiu num trem para as estrelas...
"Tchau mãezinha fui beijar o céu..."
20 anos sem Cazuza???
Sim,mas também 20 anos COM Cazuza!!!
Afinal,poucos artistas brasileiros conseguiram arrebanhar uma multidão,uma legião de fãs tanto tempo depois de sua morte.
Hoje,pessoas de todas as idades curtem Cazuza.
Conheço crianças de 8,9 anos que gostam e conheço pessoas de 60 anos ou mais que gostam também.
Daqui a 40,50 anos vai ter gente falando de Cazuza,ouvindo Cazuza,porque o que é bom é imortal,é eterno.
Acho que nem ele imaginaria que seria tão amado,tanto tempo depois de ter-se ido e deve estar muito feliz e dando muita risada com tanta gente louca por ele e de tanta gente ignorante que não tem capacidade para entendê-lo.
Enfim,passe o tempo que passar,curtir Cazuza é sempre muito bom!!!
Neste dia 7,vamos homenageá-lo de todas as maneiras que pudermos e gostarmos.
Nada de tristeza,com o astral lá em cima,como ele sempre viveu e gostaria que vivêssemos.
Todo o amor que houver nessa vida para todo mundo!!!

VIVA CAZUZA,ONTEM,HOJE E SEMPRE!!!
Daqui a 20,40,80 ou 100 anos!!!

Por Silene do Valle