domingo, 23 de janeiro de 2011

CAZUZA: por artístas


O que os amigos já disseram sobre o Cazuza. Leia abaixo:

“A atitude corajosa de assumir a doença e a luta contra ela logo no princípio, pra quem vê pela perspectiva do poeta, foi apenas um prolongamento de uma maneira de agir totalmente aberta, transparente e sincera”. Paulo Miklos


“O Cazuza misturava esta coisa do ‘poeta do rock’ - na linha do Jim Morrison do The Doors - com uma coisa bem brasileira, bem carioca do músico boêmio, da dor de cotovelo, da música de fossa. Ele fazia essa ligação de um jeito orgânico”. Tony Bellotto


“Eu lembro que os Titãs foram fazer um programa especial de TV com o Barão Vermelho, e embora o Cazuza já tivesse saído da banda, foi lá para assistir. Como era meu aniversário, depois da gravação teve um bolo no camarim e as pessoas ficavam um pouco apreensivas porque ele já estava meio debilitado. Mas ele chegou abraçando e beijando todos, tirou as calças, saiu derrubando todo mundo com uma euforia e energia inusitadas. Uma coisa típica da personalidade do cara era ser surpreendente”. Sérgio Britto

“Cazuza na intimidade era o oposto da imagem pública dele. Não tinha nada de agressivo, nada de doidão, pelo contrário, era uma pessoa muito doce e muito amável”. Ney Matogrosso

“O Cazuza era uma pessoa que estava em busca de liberdade no meio dessa caretagem que é o Brasil”. Supla

“Conheci o Cazuza quando eu tinha 18 anos, no Papagaio, na lagoa Rodrigo de Freitas (RJ). Logo que ele chegou, nós fomos apresentados e ele simulou um desmaio e caiu com tudo no chão. Eu fiquei muito impressionado com aquilo, mas acabei entendendo que era uma atitude absolutamente natural do Cazuza. Ele era extremamente alegre, brincalhão, dramático, tenso e sarcástico”. Paulo Ricardo

“No convívio com o Cazuza todo mundo se sentia extremamente careta e conservador, porque ninguém era tão louco quanto ele. O começo dos anos 80, antes da Aids, era uma época de muita loucura, mas o Cazuza deixava todo mundo no chinelo”. Paulo Ricardo

“A luta dele e a maneira como ele encarou a doença só confirmou a pessoa extraordinária e debochada até o último minuto que ele era”. Paulo Ricardo

“Enquanto estava doente, talvez tivesse seus momentos sozinho no quarto, mas entre amigos o Cazuza mostrava absoluta força e foi até o fim mantendo o bom humor, indo a shows, a festas, bebendo seu uisquinho e fumando seu cigarrinho”. Paulo Ricardo

“Ele era uma pessoa muito doce no convívio, mas que poderia se transformar num verdadeiro demônio da tasmânia depois de algumas doses de uísque. Quando ele se transformava era imprevisível, subia na mesa, tirava a roupa, tudo podia acontecer”. Paulo Ricardo

“Cazuza gostava da cor dos meus cabelos. Certa vez eu estava hospedada num hotel no Rio e a portaria me comunicou que haviam me deixado uma encomenda urgente: era a letra de ‘Perto do Fogo’... Mais que depressa, peguei o violão e fiz a música em 5 minutos.” Rita Lee

“Cazuza sempre foi muito transparente. Naquela época, qualquer pessoa soropositiva fugia da sociedade e vice versa. Ele entregou o jogo e deu a cara para bater, era um sujeito pra lá de corajoso.” Rita Lee

“O Cazuza era um criador de problemas e todo bom artista é um criador de problemas”. Lobão

“A obra do Cazuza é auto-suficiente e nada que é auto-suficiente precisa de conselho, então é o seguinte: ouve ou não ouve”. Lobão

“’Vida Louca Vida’ é uma música minha que acabou se tornando dele, pois a interpretação dele foi muito mais eloquente do que a minha”. Lobão

“'O Tempo Não Pára’ tem uma das coisas mais fortes que ele já escreveu: ‘Dias sim, dias não. Eu vou sobrevivendo sem nenhum arranhão da caridade de quem me detesta’. Talvez um Bob Dylan ou Lou Reed tenham escrito isso em inglês ou talvez ninguém nunca tenha escrito isso numa música popular em língua nenhuma. Talvez algum poeta tenha escrito isso, mas não em música popular. Isso é muito forte.” Frejat

“Cazuza foi um parceiro inigualável. A gente fez coisas que vão ser sempre referência dentro do meu trabalho como compositor, além de uma amizade que não tem igual… Até porque eu tenho outras grandes amizades, mas nenhuma parecida com o tipo de amizade que a gente tinha. Tenho orgulho de ter tido um amigo tão talentoso e tão forte.” Frejat

“Conviver com ele era um histerismo que eu adoro. Não era fácil, mas eu tirava de letra”. Ezequiel Neves

“Uma vez nos encomendaram uma letra infantil e nós fomos tentar compôr. Cheiramos pra caralho, bebemos pra caralho, fumamos pra caralho… Aí o sol nasceu e nós falamos um com outro: ‘vamos desistir de letra pra criança, porque gostamos é de criança frita’. (risos) Não fizemos. Passaram-se dez dias e a Xuxa nos encomenda uma música. Eu falei pro Cazuza: ‘Olha, porra, isso a gente vai ter que fazer porque vai me dar uma independência. Eu vou poder comprar um apartamentinho pra mim’. Aí ele virou pra mim e disse ‘não precisamos passar por essa sentença. Eu te dou esse apartamento, mas não vamos fazer a letra’. Me deu o apartamento e eu moro nele até hoje. É uma delícia!”. Ezequiel Neves

“O Cazuza era uma pessoa que estava bem em todo lugar, em todo canto. Ele se dava bem com gays, lésbicas, heterossexuais. Ele respeitava muito a cuca de qualquer um, o comportamento de qualquer um. Ele era muito aberto a tudo, não tinha preconceitos.” Ezequiel Neves

acervocazuza

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